52276839882_af69f187db_c O atual bicampeão Palmeiras celebra a classificação épica no Allianz Parque. Foto: Cesar Greco/Palmeiras O atual bicampeão Palmeiras celebra a classificação épica no Allianz Parque. Foto: Cesar Greco/Palmeiras

A noite em que o Atlético-MG foi “Cômodo” e o Palmeiras “Maximus” no Coliseu do Allianz Parque

Publicado em Esporte

A eliminação do Atlético-MG pelo segundo ano consecutivo diante do Palmeiras na noite desta quarta-feira, no Allianz Parque, lembra uma das belas cenas de um filme épico: Gladiador, estrelado por Russel Crowe. No desfecho da trama, o vilão Cômodo questiona o herói Maximus:

 

“O que eu faço com você? Você simplesmente não… morre!”

 

O Palmeiras teve uma noite de Gladiador em seu Coliseu, o pulsante Allianz Parque. Parecia entregue a feras como Hulk, à própria sorte quando teve dois jogadores expulsos, mas resistiu bravamente até mesmo quando a plateia calou-se pressentindo o óbito do atual bicampeão da Libertadores.

 

Havia sempre um último fôlego. O suspiro de uma bola na trave. O alívio de uma defesa milagrosa de Weverton no tempo regulamentar e nos pênaltis. Um tratamento de choque vindo da prancheta do comandante do exército alviverde, Abel Ferreira.

 

Por sinal, é impressionante como ele tem o Palmeiras na palma das mãos. Ter um ou dois jogadores expulsos levam o técnico para a zona de conforto. Discípulo de José Mourinho, o português é especialista em defender. Ainda mais na adversidade.

 

Aliás, a classificação lembra muito a da Internazionale, de Mourinho, contra o Barcelona, no Camp Nou, nas semifinais da Liga dos Campeões de 2010. O time italiano também teve um jogador expulso — Thiago Motta — simplesmente contra aquele timaço de Pep Guardiola. Samuel Eto’o virou lateral. No Allianz Parque, Rony assumiu o papel de lateral. Qualquer semelhança entre as tomadas de decisão dos dois lusitanos é mera coincidência. A situação piorou quando Gustavo Scarpa também recebeu cartão vermelho.

 

O Palmeiras mostra que o futebol cada vez mais se joga no campo da mente. O time saiu de um 0 x 2, no Mineirão, para um 2 x 2. Terminou a partida de volta com dois a menos depois das expulsões de Danilo e Gustavo Scarpa, não contou com dois prováveis batedores de pênaltis na lista dos cinco. Manteve a cabeça no lugar até mesmo quando árbitro Wilmar Roldán foi muito mal ao encerrar a partida no momento em que o anfitrião tinha direito a uma cobrança de falta.

 

Nos pênaltis quase perfeitos dos dois times, coube ao goleiro Weverton provar em campo o que cantava a torcida antes de cada cobrança: “(…) é o melhor goleiro do Brasil”. Sim, é mesmo. O dono das traves alviverdes é a única certeza entre os jogadores em atividade no país na lista final de Tite para a Copa do Mundo do Qatar-2022. Está no nível dos “europeus” Alisson e Ederson. Defendeu o chute displicente de Rubens e confirmou a noite épica no coliseu do império alviverde.

 

Há uma atração fatal para que Palmeiras e Flamengo repitam a final do ano passado da Libertadores. O atual bicampeão é favorito contra Athletico-PR ou Estudiantes. O Flamengo também diante do Vélez Sarsfield. Se assim será no Estádio Monumento de Guayaquil, setembro dirá. Até lá, a nação alviverde tem é que viver intensamente esse momento lindo. O atual bicampeão é duro na queda. Simplesmente não… morre!

 

Cuca repete no Atlético-MG o que fez no Palmeiras em 2017. Deixou o alviverde depois do título brasileiro de 2016, voltou como salvador da pátria nas oitavas de final da Libertadores e foi eliminado nos pênaltis pelo Barcelona de Guayquil. Em dezembro, largou o Galo para cuidar de problemas pessoais, retornou nas quartas de final no lugar de Antonio “Turco” Mohamed e cai nos pênaltis contra o Palmeiras.

 

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