A derrota do Flamengo para o Peñarol por 1 x 0 no primeiro jogo das quartas de final da Libertadores expôs algumas contradições de Adenor Leonardo Bachi, o Tite, e algumas tomadas de decisão de difíceis argumentos e justificativas. O técnico rubro-negro entra em contradição até mesmo ao desrespeitar alguns mantras repetidos a exaustão em discursos nas entrevistas coletivas, como o “campo fala”, por exemplo. Ao passar reforços que até pouco tempo sequer estavam jogando na frente de jogadores melhores tecnicamente e fisicamente a essa altura da temporada é outro ponto questionável. A falta de confiança na base e uma certa segregação entre jogadores de seleção e não-seleção também indicam um caminho arriscado daqui em diante na relação com o elenco. A seguir, o blog aponta sete contradições de Tite na derrota para os pentacampeões continentais.
O Flamengo do Tite é planejado com base nos pontas. Luiz Araújo, Éverton Cebolinha e Michael estão lesionados. Se o técnico não conta com os jogadores chamados por ele de “perninhas rápida” neste momento, a alternativa seria recorrer a laterais agudos, capazes de fazer essa função. Wesley e Ayrton Lucas eram as melhores opções, porém o treinador preferiu iniciar com Varela e Alex Sandro, ambos com características defensivas.
Se o campo fala na definição da escalação, ele apontava para a continuidade de Léo Ortiz na função de volante ao lado de Pulgar, não no lugar do chileno. Tite tapou os ouvidos e o mandou para o banco a fim de recolocar De la Cruz e resgatar o meio de campo preferido: Pulgar, De la Cruz e Arrascaeta. A justificativa de que Pulgar é jogador de seleção cria hierarquia injusta. Léo Ortiz não está na Seleção Brasileira porque Dorival Júnior não quer.
Calouros dificilmente chegam tomando conta do pedaço nos elencos do Tite. Léo Ortiz, por exemplo, não desembarcou no Ninho do Urubu virando titular. A escalação do reforço recém-contratado foi correta contra o Vasco porque Ayrton Lucas estava suspenso, mas ele deveria ter iniciado a partida contra o Peñarol por três motivos: está mais entrosado com o time titular, apoia mais do que o concorrente e estava descansado.
Questionado sobre a preferência por Carlinhos — e não Gabriel Barbosa — no empate com o Vasco no último domingo, Tite apontou a importância do centroavante Carlinhos na classificação contra o Bolívar, em La Paz, nas oitavas de final da Libertadores, na goleada sobre o Atlético-MG, na Arena MRV, e no triunfo contra o Vitória, no Barradão. Então por que simplesmente não o colocar em campo desde o início e manter a estrutura tática do time?
Parte da frustração de Tite nas Copas de 2018 e de 2022 tem a ver com a insistência em jogadores mal clinicamente e fisicamente na convocação e na escalação. A quantidade de contusões nos dois torneios foi grande. O técnico repete a prática no Flamengo. Embora Pulgar, Arrascaeta e De la Cruz sejam os preferidos para o meio de campo, saíram do DM há pouco tempo. Alex Sandro e Plata não jogavam desde maio. Voltaram contra o Vasco.
Jogadores formados nas divisões de base como Lorran foram importantes para o Flamengo em trechos da temporada e a essa altura estão praticamente esquecidos para dar atendimento prioritário a reforços recém-chegados. Em tese, Evertton Araújo, Lorran e Matheus Gonçalves estão melhores fisicamente e seriam mais úteis neste momento do que figurões que nem sequer vinham jogando antes de assinar contrato com o Flamengo.
No início da temporada, Tite não gostou de ser questionado na coletiva sobre time titular e reserva. Em nome do grupo, disse que isso não existe. As batalhas e as guerras mostram que o campo não fala em jogos grandes como contra o Peñarol, as preferências, sim. Set titulares estavam em campo: Rossi, Varela, Fabrício Bruno, Léo Pereira, Pulgar, De La Cruz e Arrascaeta. Seriam 11 se Pedro, Luiz Araújo, Cebolinha e Viña nas estivessem lesionados.
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