Uma resenha da final que consagrou o Brasiliense eneacampeão candango

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Prova dos 9

Terceiro maior campeão “estadual” do século no futebol brasileiro — o Distrito Federal não é estado — o Brasiliense conquistou merecidamente seu nono título candango. Apesar da valentia do Ceilândia, a experiência de nomes como Reinaldo e Souza fez a diferença na finalíssima. Ambos foram os nomes da virada deste sábado, por 3 x 2, no Mané Garrincha. Eleito o melhor técnico do Candangão 2017, Adelson de Almeida errou feio na final ao barrar o atacante Michel Platini, que nem sequer foi relacionado para a final. Romarinho ficou isolado no ataque alvinegro. Ainda assim, fez dois gols. Além da superioridade técnica do Brasiliense, faltou perna ao Ceilândia nas duas partidas. Fundado em 1º de agosto de 2000, o Brasiliense tem agora nove títulos, dois atrás do recordista Gama, com 11. No país, apenas Internacional-RS, Rio Branco-AC, Vitória-BA e Fortaleza-CE ganharam mais troféus do que o Jacaré no século 21, ou seja, de 2001 em diante.

Quem disse que combinado não sai caro?

O prêmio acertado pela diretoria do Brasiliense com os jogadores pela conquista do título foi de até R$ 25 mil para cada jogador, de acordo com o número de partidas disputadas ao longo da competição. Achou pouco?

Campeões em quatro regiões do país

Com o título do Campeonato Candango, dois jogadores do Brasiliense são campeões em quatro das cinco regiões do país. No Nordeste, Souza ganhou títulos estaduais no CSA e no Ceará. No Sudeste, por São Paulo e Fluminense. No Sul, com a camisa do Grêmio. E no Centro-Oeste, pelo Brasiliense. O goleiro Andrey foi campeão no Sul por Atlético-PR e Figueirense, no Sudeste levou título com a camisa do Cruzeiro, no Nordeste, pelo América-RN, e neste sábado faturou a taça no Centro-Oeste pelo Brasiliense. Só falta o Norte para Souza e Andrey.

Sobrou lugar, faltou ingresso

Como assim? Acredite se quiser. Havia lugar de sobra dentro do Mané Garrincha, mas fora do estádio, alguns torcedores não conseguiram comprar bilhetes. Motivo: não havia ingresso impresso para entrar na arena. Torcedores ficaram na fila à espera da impressão de mais bilhetes. Quem teve paciência e conseguiu entrar, perdeu ao menos 15 minutos do primeiro tempo da decisão. Outro absurdo. Para estacionar nos arredores do Mané, alguns torcedores chegaram a desembolsar R$ 10 — mesmo preço da meia-entrada para o jogo.

Cadê a segurança?

O controle do acesso dos torcedores ao Mané Garrincha precisa ser mais rigoroso. Tanto na primeira quanto na segunda partida, foi possível ouvir várias explosões de bombas na arquibancada. Ao fim da partida, por mais que o locutor do Mané Garrincha pedisse desesperadamente para não invadirem o campo, houve uma correria desenfreada em direção ao gramado para comemorar o título do Brasiliense.

Horario Eleitoral Gratuito

Durante a partida de ontem, o locutor oficial do Mané Garrincha agradecia a presença de políticos que não dão bola para o Candangão, mas  foram ao Mané Garrincha na final para sair na foto. Lamentável. Uma vergonha.  O curioso é que citaram até o vice-governador e o nome do mandatário máximo do Distrito Federal não foi pronunciado em nenhum momento no Mané Garrincha. Ihhhhh…

Pulo do Gato

O técnico Adelson de Almeida barrou o goleiro Artur e apostou em Pedro Ferreira. O camisa 1 foi uma muralha na primeira tentativa de gol do Brasiliense e espalmou a finalização de Aldo, dentro da grande área. Poderia ter sido o primeiro gol da partida.

Time de um homem só

Quem leu a matéria deste sábado do nosso repórter Pedro Henrique Gomes na capa de Esportes do Correio Braziliense e no site sabia que um nome predestinado entraria em campo no Mané Garrincha com a camisa do Ceilândia. Em 2013, Romarinho, filho do tetracampeão mundial em 1994, fez o terceiro gol do Brasiliense na conquista do título diante do Brasília. Neste sábado, outro Romarinho, o camisa 20 do Ceilândia, abriu o placar com um belíssimo chute cruzado no ângulo do goleiro Andrey. Falha da terrível defesa do Brasiliense. Foi o décimo 12º gol dele no Candangão, o 14º na temporada somando os dois na Copa Verde. Romarinho ainda faria mais um quando o Brasiliense abriu 3 x 1. Era tarde demais.

Plantão médico

Gerson caiu desacordado no gramado perto do fim do primeiro tempo. Preocupados, alguns jogadores do Brasiliense chegaram a tirar a camisa para abaná-lo enquanto os médicos do Jacaré prestavam atendimento dentro do gramado,  mas tudo não passou de um susto.

É final? Chama o Reinaldo!

Assim como no primeiro jogo, o iluminado Reinaldo empatou a partida no segundo tempo. Outra vez mostrou o quanto é decisivo em finais. Falei aqui no blog no jogo da semana passada o quanto o veterano atacante é brilhante em finais. Em 2000, fez gol no segundo jogo da final do Campeonato Carioca contra o Vasco e o Flamengo foi campeão. Em 2001, deixou o dele na decisão da Taça Guanabara contra o Fluminense e o rubro-negro levou a taça nos pênaltis. Em 2002, balançou a rede nas partidas de ida e volta do Supercampeonato Paulista, contra o Ituano, e deu o título ao São Paulo. Nas finais do Candangão, um gol em cada partida.

Artilheiro (genérico) das decisões

Que gol foi aquele que o centroavante Nunes, o genérico, do Brasiliense, desperdiçou dentro da pequena área do Ceilândia? O Nunes original, aquele do Flamengo dos anos 1980, não perderia. Mas na segunda tentativa, Nunes incorporou o velho xará, tocou para a rede e virou o jogo no Mané.

Da PF ao título

Camisa 10 do Brasiliense, o veterano meia Souza chegou a perder uma partida do Campeonato Candango porque foi detido pela Polícia Federal , no Abadião, antes de uma partida contra o Paracatu, por causa de crime contra a ordem tributária. Um habeas corpus o tirou da prisão. Neste sábado, Souza fez um golaço de falta, o terceiro da virada do Brasiliense.

Tarde demais…

Romarinho tentou colocar fogo no fim do jogo ao diminuir o placar para 3 x 2. Valente, o gato chegou a ter mais uma chance de empatar, mas era tarde demais. Ao menos, Romarinho terminou o Candangão como artilheiro isolado do Candangão com 13 gols.

Craque do jogo

Reinaldo empatou o jogo e colocou a defesa do Ceilândia no bolso durante o jogo. Conhece o atalho para o gol.

Arbitragem

Sávio Sampaio não comprometeu. Controlou rapidamente um princípio de confusão quando Romarinho fez o segundo gol do Ceilândia dispersando o tumulto com cartões amarelos para “deus e o mundo”.

Seleção do Candangão 2017

Nesta segunda-feira, a Federação de Futebol do Distrito Federal homenageará os jogadores eleitos para a seleção do campeonato. Os escolhidos foram os seguintes no sistema tático 4-4-2…

Léo Rodrigues (Real)

Andrezinho (Sobradinho), Preto Costa (Brasiliense), Badhuga (Ceilândia) e Magal (Paracatu)

Souza (Brasiliense), Didão (Ceilândia), Aldo (Brasiliense) e Alcione (Ceilândia)

Romarinho  (Ceilândia) e Reinaldo (Brasiliense)

Técnico: Adelson de Almeida (Ceilândia)

FICHA TÉCNICA

3 Brasiliense (4-4-2)

Andrey

Gabriel, Preto Costa, Wallace e Gerson

Aldo, Lucas Zen, Souza e Reinaldo (Luquinhas)

Márcio Diogo (Malaquias) e Nunes (Acerola)

Técnico: Rafael Toledo

2 Ceilândia (4-3-3)

Pedro Ferreira

Dudu Lopes, Badhuga, Wallinson e Elivelto

Digão, Emerson (Kabrine) e Alcione

Filipe Cirne (Willian Carioca), Gilmar Herê (Formiga) e Romarinho

Técnico: Adelson de Almeida

Gols: Romarinho (Ceilândia), Reinaldo, Souza e Nunes (Brasiliense)

Cartões amarelos

Wallace, Andrey e Souza (Brasiliense)

Romarinho, Alcione e Badhuga (Ceilândia)

Local: Mané Garrincha

Público: 6.395 presentes

Renda: não divulgada

Árbitro: Sávio Sampaio

Marcos Paulo Lima

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