Quer ver o Ronaldo fechar a cara? Toque no nome do senhor Héctor Raúl Cúper perto dele. Acusado de ter sido o pivô da saída do Fenômeno da Internazionale, em 2002, para o Real Madrid, o técnico argentino tem status de “Faraó” na Copa Africana de Nações. Ao deixar o time italiano, Ronaldo disse que Héctor Cúper o escalava quando estava mal fisicamente, e o deixava fora do time ou substituía quando estava bem. Apesar da polêmica, o hermano teve seus minutos de fama em duas finais da Liga dos Campeões da Europa. À frente do Valencia, o treinador perdeu as decisões de 2000 e de 2001 para o Real Madrid e o Bayern de Munique, respectivamente. Neste domingo, tem a chance de faturar o principal torneio de seleções do continente africano contra Camarões, em Libreville, no Gabão.
Recordista de títulos com oito taças, o Egito amargava um deserto. Conquistou o tricampeonato da Copa Africana em 2006, 2008 e 2010 sob o comando de Hassan Shehata. Na sequência, ficou fora do torneio em 2012, 2013 e 2015. Em março, os Faraós decidiram contratar Héctor Cúper e ainda não se arrependeram. O argentino classificou o Egito para a Copa Africana de 2017. Mais do que isso. Está na final contra Camarões. Sofreu apenas um gol em seis jogos na competição e teve peito para escalar o goleiro El-Hadary, de 44 anos. Escrevi outro dia aqui sobre o veterano, herói na decisão por pênaltis contra Burkina Faso.
Héctor Cúper tem uma geração promissora em sua prancheta. O pequeno faraó Mohamed Salah, da Roma, além de Elneny e Trézéguet, são os responsáveis pela excelente campanha. Independentemente do resultado da final de domingo, Héctor Cúper tem um desafio maior. Levar o país de volta a uma Copa do Mundo. A última vez foi em 1990, na Itália. Lá se vão 27 anos de abstinência. Nas Eliminatórias Africanas para a Russia-2018, o Egito contabiliza duas vitórias em duas partidas.
Aos 61 anos, Héctor Cúper é mais um técnico argentino em alta no mundo da bola. Em 2015, Jorge Sampaoli levou o Chile ao título da Copa América. No ano seguinte, Juan Antonio Pizzi brindou o país com o título. Se derrotar Camarões no domingo, Héctor Cúper pode se tornar o primeiro técnico argentino campeão da Copa Africana — feito que os brasileiros Otto Glória e Carlos Alberto Parreira conseguiram à frente de Nigéria e Gana, respectivamente.
A conquista de Héctor Cúper pode confirmar a presença de dois técnicos argentinos na Copa das Confederações de junho, na Rússia. Juan Antonio Pizzi vai liderar o Chile. A presença do Egito caromba também Héctor Cúper na festa. Apesar da marra de Héctor Cúper, que Ronaldo conhece muito bem dos tempos da Internazionale, O técnico coleciona poucos títulos no currículo. Em 1996, faturou a Copa Conmebol pelo Lanús, da Argentina. Dois anos depois, a Supercopa da Espanha à frente do Mallorca. No ano seguinte, levou a mesma taça pelo Valencia. Individualmente, ganhou o prêmio de melhor treinador da Europa oferecido em 2000 pela Uefa.
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