DC45A5A4-809B-43F0-8A85-9CC997B0AF56 Vinicius Junior em modo CR7 na casa do Al Nassr

Vinicius Junior e o recital na decisão entre técnicos que frustraram a CBF

Publicado em Esporte

Vinicius Junior certamente esbarrou no gênio da lâmpada no deserto da Arábia Saudita e teve direito a fazer três pedidos. Ao que parece, ele escolheu um hat-trick: três gols na Supercopa da Espanha contra o Barcelona. Tudo aconteceu como em um passo de mágica. O cronômetro marcava 38 minutos de jogo e o brasileiro havia balançado a rede azul-grená três vezes, com direito a uma comemoração em homenagem a Cristiano Ronaldo. O ex-dono da camisa 7 foi emulado com perfeição pelo atual proprietário.

 

Um belo jogo protagonizado por dois técnicos pretendidos pela CBF. Rogério Caboclo tentou contratar Xavi Hernandez para o cargo de auxiliar de Tite. Havia possibilidade de assumir a Seleção depois da Copa de 2022. Xavi não quis. Ednaldo Rodrigues sonhava com o italiano Carlo Ancelotti. A crise na CBF e a falta, no mínimo, de um pré-contrato fizeram o Brasil passar vexame.

 

Vergonha passou Xavi no debate de ideias contra Ancelotti. Adiantou infantilmente as linhas de marcação para pressionar o Real Madrid, mas o bloco não evoluiu junto, entrosado. O Barcelona deixou buracos na terrível defesa, foi minado por erros individuais, perdeu bolas onde não deveria, e viu dois dos melhores lançadores do Real Madrid decidirem a partida. Bastou um passe inteligente de Bellingham para Vinicius Junior abrir o placar e outro do ótimo Valverde para Rodrygo servir Vini. Lewandowski esboçou a reação catalã, mas Vini pegou a bola cheio de moral e rezo terceiro, placar da etapa inicial. Rodrygo marcou o quarto e esperou o apito.

 

Enquanto Xavi insiste em fazer do Barcelona o time do qual fez parte na era Guardiola, com posse de bola, troca de passes, marcação no campo do adversário e pressão na saída de bola, o Real Madrid lembra versões do Milan de Carlo Ancelotti. Jogou todo trabalhado no 4-3-1-2. Encaixadinho como aquele timaço campeão europeu em 2003 contra a Juventus.

 

Ancelotti ganhou a Champions League naquela temporada justamente no 4-3-1-2. O português Rui Costa era o link entre o meio de campo e o par de atacantes formado por Inzaghi e Shevchenko. Dois centroavantes. O lusitano tinha as proteções de Gattuso, Pirlo e Seedorf. O Real Madri da conquista da Supercopa escalou Tchouameni, Valverde e Kroos atrás do maestro Bellingham. Carregaram o piano para o inglês ser tão decisivo como Vinicius Junior e Rodrygo. 

 

Carlo Ancelotti não assumirá a Seleção como queria Ednaldo Rodrigues, mas o caminho para Dorival Júnior está pavimentado. Temos uma dupla de ataque no time mais badalado do Velho Continente. Ambos assinaram o título na Arábia e podem, sim, formar uma parceria na qual um deles pise na área para suprir a ausência de um sucessor para Benzema. Vini e Rodrygo foram menos pontas do que de costume. Atacaram espaços como se fossem dois falsos noves, confundiram Araujo, Kounde, Christensen e Balde e deitaram e rolaram no primeiro tempo. 



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