10 pitacos do fim de semana sobre futebol candango, brasileiro e internacional

1. Seis pênaltis e uma vergonha

A sexta rodada do Brasileirão teve seis gols de pênalti. Um do Sport, dois do Coritiba, um do Corinthians, um do Vitória e um do Cruzeiro. Poderiam ser sete se o árbitro Paulo Henrique Schleich Vollkopf não tivesse cometido uma coleção de lambanças. Na minha opinião, o pênalti sobre o Avaí é discutível. Mas se o árbitro estava convicto de que houve falta, não deveria ter mudado a sua decisão. Juan deveria ter cobrado a penalidade e o árbitro que arcasse depois com a consequência do seu ato. Não pode haver influência externa e muito menos interna (de jogadores desse ou daquele clube) em uma decisão soberana do homem do apito. O Avaí foi prejudicado por não ter cobrado o pênalti. Uma vergonha! Sorte do técnico Zé Ricardo. Se Juan batesse e fizesse o gol, o treinador poderia, sim, ter sido demitido.

Impressionante como o Flamengo piorou. Tem a base do terceiro lugar no Brasileiro de 2016, reforçou o elenco, mas em vez de manter o nível ou evoluir, só pior. No momento, eu não tiraria Zé Ricardo. As opções são escassas no mercado. Dorival Júnior? Tem uma ação judicial contra o clube. Marcelo Oliveira? Pergunte aos torcedores de Atlético-MG e Palmeiras o que acharam de trabalhos recentes do técnico bicampeão brasileiro com o Cruzeiro em 2013 e 2014? Estrangeiros? Um risco a essa altura da temporada.

Passou da hora de Zé Ricardo mostrar que tem competência para se reinventar, reinventar um time e deixar de ser teimoso. Esqueceu Gabriel. Barrou Muralha e Rafael Vaz. Substituiu Willian Arão. Mas Márcio Araújo segue lá, intocável no meio de campo. Relacionou, mas não usou Conca no empate diante do Avaí. Está procurando mais problemas do que já tem.

2. Seis pênaltis e um alívio

Não adianta nada o presidente Eurico Miranda exigir 100% de aproveitamento em São Januário, o técnico Milton Mendes montar um Vasco competitivo e o time continuar cometendo pênaltis. Impressionante! São seis em seis rodadas. É demais! Luis Fabiano vive uma fase bacana. Douglas, autor do segundo gol cruz-maltino, é um baita jogador. No Sport, não vejo muito progresso em quatro jogos sob o comando de Vanderlei Luxemburgo.

3. Carille melhor que Tite

O Corinthians, de Fabio Carille, tem seu melhor início de Campeonato Brasileiro na era dos pontos corridos. Dos 18 pontos disputados, o Timão conquistou 17! Na conquista do título de 2015, o clube tinha 10 sob a batuta de Tite. Em 2011, 14. A última vez que a equipe enfileirou cinco vitórias consecutivas na reta final da campanha campeã de 2015. Fiel ao mestre Tite, Carille montou seu time de trás para a frente. Com uma defesa segura, começa a soltar o time. Oito gols em dois jogos contra adversários grandes — Vasco e São Paulo.

4. Crise desnecessária

Que falta de habilidade, provavelmente do badalado Alexandre Mattos, na abordagem a Richarlison, do Fluminense. Que falta de habilidade dos empresários do jogador na apresentação da sondagem ao menino de 20 anos. Tudo errado. Pior para o Fluminense. Sem um dos seus melhores jogadores, perdeu por 3 x 1 para o Palmeiras. Pior para Abel Braga. Em vez de falar do jogo, do time, da derrota, teve de ficar chorando pitangas pela ausência do atacante. Mudando de assunto, que início de Brasileirão do Henrique Dourado, artilheiro da Série A com sete gols. Quatro deles de pênalti, ok. Mas gol de pênalti também vale.

5. Por falar na artilharia…

Os falsos nove estão fora de moda neste início de Campeonato Brasileiro. Reparem a lista dos artilheiros. Os 10 primeiros colocados são centroavantes à moda antiga, o verdadeiro 9. É o caso de Henrique Dourado (Fluminense), autor de sete gols pelo Fluminense. De Luis Fabiano, que já fez cinco pelo Vasco. Lucca, da Ponte Preta, também tem cinco, masnão chega a ser um centroavante clássico. Jô (Corinthians) e André (Sport) são mais dois exemplos. Cada um contabiliza quatro bolas na rede nesta arrancada da Série A. Ainda tem Lucas Pratto (São Paulo), Wellington Paulista (Chapecoense) e Ábila (Cruzeiro). Que fase dos caras!

6. Marcha lenta

Esperava mais da dupla de Minas Gerais neste Campeonato Brasileiro. Ao que parece, o Atlético-MG decidiu priorizar a Libertadores. Joga a Série A como se estivesse cumprindo tabela.  Foi assim na derrota para o Vitória lá no Barradão, em Salvador. Sem gana por um título que não conquista desde 1971. No Cruzeiro, Mano Menezes não curte muito o estilo de jogo do centroavante Ábila, mas teve de engolir o argentino, autor dos gols da vitória diante do Atlético-GO. São 13 gols em 27 jogos na temporada. Nada desprezível, Mano!

7. Grêmio

Acho impressionante a capacidade do Grêmio de ressuscitar jogadores. Lembro de Paulo Nunes e Jardel, por exemplo, descartados de Flamengo e Vasco, respectivamente. Há vários casos. Neste ano, Leonardo Moura prova que ainda dá um caldo. Bruno Cortez teve uma boa fase no Botafogo, chegou à Seleção Brasileira com Mano Menezes, foi mal no São Paulo, zanzou por Benfica, Criciúma, Albirex Niigata e nesta segunda-feira decidiu o confronto com o Bahia, em Porto Alegre. Ainda é cedo para projetar o Grêmio na briga pelo título, mas esse time está ficando cascudo. Imaginem o Grêmio campeão da Série A e o Inter da B?

8. Se não cair para a Série C…

O Internacional começa a entrar nos trilhos após a chegada de Guto Ferreira. O terceiro lugar depois da vitória por 4 x 2 sobre o Náutico levou o colorado ao terceiro lugar. Ainda é pouco. Com o investimento e o elenco que tem, o colorado tem a obrigação de assumir a liderança e não sair mais de lá. O maior adversário passa a ser o caso Victor Ramos, que pode afastar o Inter da Série B ou até mesmo rebaixá-lo para a terceira divisão. Por enquanto, é melhor jogar como se nada além do rebaixamento para a Série B no ano passado tivesse acontecido.

9. Já tem classificado!

Ceilândia e Luziânia poderiam ter dado um passo gigante para a classificação ao mata-mata da Série D do Campeonato Brasileiro, mas empataram no fim de semana. Uma pena. No Abadião, o Gato tropeçou no Comercial. Lidera o Grupo A10 com 7 pontos, ao lado do próprio Comercial. Se não der zebra, pode se classificar no sábado até com empate no Abadião diante do Sinop, desde que o Comercial também empate, em casa, com o Anápolis. O Luziânia se atrapalhou ao empatar com o lanterna Sete de Dourados. Segue em primeiro na chave, mas na próxima rodada encara o vice-líder União Rondonópolis, fora de casa. Se perder e o terceiro colocado Aparecidense bater o Sete, o time do Entorno pode despencar para o terceiro lugar. O único time numa boa na quarta divisão é o Rio Branco-AC: invicto, 100% de aproveitamento e classificado para a fase de mata-mata da Série D.

10. E você aí contando piada de português…

O técnico Fernando Santos é o atual campeão da Eurocopa. José Mourinho conquistou a Copa da Liga Inglesa e a Europa League na temporada. Leonardo Jardim levou o Monaco ao título do Campeonato Francês. Carlos Queiroz acaba de garantir o Irã na Copa do Mundo de 2018. André Villlas Boas é vice-líder do Campeonato Português. Tem que respeitar. Os caras estão mandando bem demais no mundo da bola. E você aí contando piada de português…