Fla-Flu: 10 fatores que podem desequilibrar a decisão do Campeonato Carioca

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  1. A posse de bola de Rafael Vaz

O técnico do Flamengo, Zé Ricardo, tem sempre um incômodo ponto de interrogação na escalação: Rafael Vaz ou Donatti. A escolha pode ter influência positiva o negativa na saída de bola rubro-negra para a decisão do Campeonato Carioca. Rafael Vaz é o jogador que mais faz lançamentos no time da Gávea. Supera o goleiro Muralha. No entanto, no Estadual, ele errou 57,5% dos lançamentos que tentou. No último Fla-Flu, em Cariacica, foi quem mais errou passes — seis dos 30. Acredite se quiser: o zagueiro é quem fica mais tempo com a bola nos pés no Carioca. Perde apenas para Nenê, do Vasco. Sacou? Quando Diego estava em campo, o adversário fazia de tudo para marcar o meia e deixar a bola nos pés do zagueiro, à espera do erro. Uma falha de Vaz pode ser fatal na decisão. O contra-ataque tricolor é veloz e furioso. Foi assim nos empates da final da Taça Guanabara e em Cariacica, pela Taça Rio. Pode ser também na decisão do Estadual. Assumir ou não o risco está nas mãos de Zé Ricardo.

  1. “Guardiolismo”

O Fluminense lembra o Barcelona dos tempos de Pep Guardiola em um quesito: adora fazer gol dentro da área. É quase uma obrigação. O tricolor tem o ataque mais positivo entre os clubes que disputarão a Série A do Campeonato Brasileiro em 2017. São 55 gols na temporada. Cinquenta gols, repito, 50, foram em finalizações dentro da área e apenas cinco de fora da área.  Portanto, o Fluminense é um time de penetração, infiltração. Manter o tricolor distante de sua área é praticamente uma palavra de ordem se o Flamengo quiser conquistar o título. Encurralar o rival é a estratégia do Fluminense para construir o placar. O time chega em bloco na área adversária. Confunde os marcadores e finaliza com precisão, principalmente nos contra-ataques. Sem Gustavo Scarpa, o Fluminense perde finalizações de longa e média distância.

  1. Bola aérea rubro-negra

Curiosamente pode ser o trunfo do Flamengo para ser campeão. Dos 46 gols rubro-negro sem 2017, 14 foram de cabeça. Ofensivamente esse não é o forte do Fluminense, que fez apenas seis assim. O Fluminense mostra fragilidade nos lances de bola aérea. Dos 26 gols sofridos em 2017, 13, ou seja, metade foi de cabeça. Willian Arão é um dos homens a ser vigiado pela defesa tricolor nesse quesito. As cobranças de escanteio do Flamengo quase sempre procuram o volante, que se posiciona muito bem dentro da área adversária.

  1. Sornoza

O Flamengo jogaram decisão sem Diego. O Fluminense não contará com Gustavo Scarpa. Em tese, o tricolor sofre menos sem o seu camisa 10 porque tem Sornoza. O equatoriano é o cara das assistências, com mais de 90% de acerto nos passes. Na ausência de Scarpa, é quem faz o time jogar. Sornoza é quem mais tem a bola nos pés, o que mais dribla e o responsável pelos cruzamentos. O jogador a ser vigiado pelo Flamengo. Do outro lado, o Flamengo mostrou contra o Botafogo e o Atletico-PR que tem um jeito de jogar sem Diego, mas o repertório é pobre rubro-negro é mais pobre sem ele. Com Ederson e Conca machucados, Zé Ricardo ainda não encontrou o substituto ideal para Diego e pode pagar caro por não ter seu Sornoza. Everton é o cara para assumir o papel de garçom no Fla. Resta saber se está bem clinicamente.

  1. A fase do Guerrero

Nunca antes na história de sua carreira o peruano começou tão bem uma temporada. Para você ter uma ideia, o camisa 9 do Flamengo precisou de 13 jogos para alcançar a marca dos 10 gols. Não há registro de uma arrancada tão extraordinária assim no Corinthians, no Bayern de Munique nem no Hamburgo. Contra o Atlético-PR, ele até saiu da área para fazer o papel de Diego. Em vez de ser flecha, foi arco na derrota pela Libertadores. Com 9 gols no Carioca, o centroavante briga com o tricolor Richarlison pela artilharia do Estadual. O atacante tricolor tem oito no Estadual. Embora não seja centroavante como Guerrero, Richarlison desequilibra.

“O Fla-Flu não tem começo. O Fla-Flu não tem fim. O Fla-Flu começou 40 minutos antes do Nada. E, então, as multidões despertaram”

Nelson Rodrigues

  1. Pegador de pênalti. Quem tem?

Pode ter pênalti durante as finais. Pode ter decisão por pênaltis na segunda partida da decisão. Alex Muralha, do Flamengo, só defendeu um pênalti desde a chegada ao clube, contra o Bangu, no Campeonato Carioca do ano passado. Era a estreia dele no time. Muito pouco para um goleiro de time grande. Do outro lado, o tricolor conta com Diego Cavalieri, um dos maiores pegadores de pênalti do país. Até sem ele o Fluminense foi campeão da Taça Guanabara nos pênaltis em cima do próprio Flamengo. Júlio César foi o herói tricolor. O aproveitamento de Muralha é de 6% em cobranças de pênalti. Diego Cavalieri tem 20%.

  1. Márcio Araújo e Pierre

O jogador mais questionado pela torcida do Flamengo fez tanta falta na final da Taça Guanabara que voltou a ser titular, mas tenho as minhas dúvidas se ele conseguirá domar o ataque veloz e furioso do Fluminense. Há risco de Márcio Araújo cometer muitas faltas e obrigar Zé Ricardo a substituí-lo. Se não for expulso… No Fluminense, a questão é se Abel Braga escalará ou não Pierre como titular. Na final da Taça Guanabara fazia sentido usá-lo. A intenção era monitorar Diego. Como o meia rubro-negro está fora da decisão, Abel manteria o meio de campo com Orejuela, Wellington Silva, Wendell, Sornoza e Richarlison?

  1. Abel Braga

O técnico do Fluminense é tricampeão carioca, vive grande fase, tem o Fluminense nas mãos e decidiu dois dos seus três títulos logo no primeiro jogo. Em 2004, o Flamengo venceu o Vasco por 2 x 1 na primeira partida e fez 3 x 0 no segundo jogo. Em 2012, goleou o Botafogo por 4 x 1. Na volta, administrou o placar, venceu por 1 x 0 e deu a volta olímpica. Zé Ricardo tenta sua primeira conquista à frente de um time profissional.

  1. Retrospecto

São oito finais diretas entre Flamengo e Fluminense na histórica do Campeonato Carioca. Cinco títulos do tricolor das Laranjeiras, o último deles no octogonal de 1995, e três do clube rubro-negro. O mais recente, na versão de 1991 do Estadual.

  1. Sobrenatural de Almeida

O personagem de Nelson Rodrigues costuma dar o ar da graça em clássicos como o Fla-Flu. Lembram daquele pênalti cobrado por Cássio, do Flamengo, na final da Taça Guanabara de 2001? O goleiro tricolor Murilo defendeu parcialmente no canto direito e a torcida do Flu comemorou. Enquanto isso, a bola pegava um efeito impressionante em direção ao gol e levantava o outro lado do Maracanã, entrando no canto esquerdo de Murilo. Acontece…

Marcos Paulo Lima

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