Dunkirk

Dunkirk (2017)

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Nós nunca nos renderemos

 

Sou fascinada por guerra. Não é exatamente o que você diz para sogra que acabou de conhecer, mas estamos entre amigos. Já vi e li mais do que a cota normal sobre o assunto. Mais uma coisa que não contaria para a sogra, nem para a terapeuta: sou obcecada mesmo é com as guerras antigas, aquelas de espada, lança e escudo. Guerras tecnológicas não me interessam. Quanto mais miséria, melhor.

Mas, antes que você saia correndo, deixe-me explicar: o que me faz ser tão “fascinada” é a coragem. A disposição de ir para o campo de batalha sabendo que o inferno te espera. A bravura, ou a maluquice, de ir para a linha de frente gritando e dizendo impropérios. Ou seja: o que faz uma pessoa correr toda excitada para o abraço de uma morte horrorosa?

Nessa linha, as guerras modernas são diferentes. Não que não seja necessária a coragem e tudo mais, mas o confronto individual, soldado a soldado, é substituído por metralhadoras, bombardeiros, minas. Se você tem grana o suficiente para se armar, não depende tanto da coragem das suas tropas. E, quando você é atingido, nem sabe direito de onde veio. Muito diferente de estar diante de uma belezinha destas:

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Vamos ao que interessa. Dunkirk não é para todo mundo. Eu gostei, por razões óbvias, mas outras pessoas podem achar parado. Tem explosões, mas nada de membros voando e intestinos esparramados. Nada de combates fenomenais. É uma história de sobrevivência. É tenso, mas não é nenhuma overdose de adrenalina.

Agora, se você tem obsessões bizarras como eu, vai gostar. É um ângulo diferente. Não é como Resgate do Soldado Ryan, que todo mundo é herói, sempre pronto para se sacrificar. A realidade é diferente: nós estamos cercados, vamos todos morrer, só quero sair dessa praia miserável VIVO.

O evento histórico narrado no filme é um dos mais impressionantes da Segunda Guerra para mim. Resgatar mais de trezentos mil homens em uma praia cercada de inimigos pode não ser uma vitória, mas é um feito extraordinário. A resistência dos Aliados não pode ser subestimada. Pense apenas por um momento como seria se aqueles soldados não tivessem sido resgatados. Se o exército britânico tivesse sido dizimado. Eu sei, eu sei, os americanos e os russos. Mas, amigo, pense na Blitzkrieg. Tente imaginar aquele alarme maldito.

 

Enfim, se é filme de guerra, entro na fila, predisposta a achar interessante. Ainda que não tenha espadas.

 

Texto escrito por:

DnTereza

 

 Dona Tereza –

  “Saia do meu gramado!”

@dnatereza