Um por todos e todos por um
Os parlamentares enroscados na Lava-Jato têm trocado figurinhas nos últimos dias, dispostos a dividir estratégias e diluir o desgaste. Definiram, por exemplo, um critério para o quesito convocação para depor na CPI da Petrobras: ou a comissão chama todos, ou nenhum. A ideia ajuda a proteger o senador Edison Lobão, que passou pelo constrangimento de ver seu nome citado como investigado desde fevereiro por ocultação de patrimônio. Quem começar a defender essa convocação geral na CPI certamente será o porta-voz do grupo ali. Os integrantes da comissão mais aguerridos estão atentos a qualquer gesto em defesa dessa tese.
PMDB versus PMDB
O presidente em exercício do PMDB, Valdir Raupp, deflagrou um movimento contra o distritão defendido pelo vice-presidente da República, Michel Temer, e pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha foi avisado ontem de manhã.
Menos, bem menos
Se depender de Raupp, a reforma política se restringirá a três pontos: fim das coligações partidárias, teto para financiamento de campanha e fim da reeleição.
Foi o DEM!
Depois do empurrãozinho ao ajuste fiscal na Câmara, o oposicionista Democratas leva a culpa de tudo quanto é votação majoritária a favor do governo. Ontem, mal Renan Calheiros abriu o painel com os 52 votos pró-Fachin e apenas 27 contra, alguns senadores comentavam que foi o DEM quem terminou ajudando ao placar pra lá favorável ao jurista.
A isca
Relator da MP nº 668, que aumenta impostos, o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) acolheu diversas emendas de interesse dos parlamentares para tentar garantir a aprovação da proposta. Inclusive algumas que não têm nada a ver com o tema. O perigo é, na votação dos destaques, as excelências ficarem com as emendas que concedem benefícios, como a das cooperativas de leite, e rejeitarem em votações em separado, os artigos originais da MP.
CURTIDAS
Cabo eleitoral/ O governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB, desembarcou mais cedo em Brasília para ajudar a cabalar votos em prol de Luiz Edson Fachin para ministro do Supremo Tribunal Federal. Hoje, ele participa da reunião dos governadores com Renan Calheiros para discutir o pacto federativo.
Senador virtual/ Em viagem à Letônia, o senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, queria votar por Skype, ontem, em favor de Luiz Fachin para o STF. Não conseguiu. Seria a primeira vez em que Requião e Richa estariam do mesmo lado.
Depois da malhação de Lula…/ Mal terminou a votação de Luiz Edson Fachin para ministro do STF, o presidente do PSDB, Aécio Neves, deixou o plenário. Foi direto para uma academia da cidade, desopilar. A oposição está mesmo precisando de fôlego.
Tucanos no telão/ No plenário do Senado, entretanto, quem ficou viu um pedaço do programa do PSDB na tevê. Para irritação dos petistas, o painel de votação exibiu por engano um trecho do programa, bem na hora em que os tucanos exibiam um trecho de um discurso antigo de Dilma falando maravilhas da economia nacional.