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Por Denise Rothenburg — A necessidade de agir rápido para tirar as pessoas dos locais alagados no Rio Grande do Sul terminou por separar muitas crianças de seus pais. No último domingo, a voluntária Sílvia Maia, mulher do ex-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), cadastrou 250 crianças nesta situação, na Universidade Luterana, em Canoas. “Fui criado e sempre morei no Sul. Nunca vi algo parecido”, lamentou o ex-deputado. Ele mora numa área mais alta, não teve a casa alagada e deu abrigo a parentes que foram obrigados a deixar seus lares.
Importante lembrar: o que ocorre no Rio Grande do Sul afetará todo o Brasil. A produção de milho, de arroz, de soja e de outros produtos que servem para a ração animal foi severamente atingida. Isso significa, segundo cálculos da bancada gaúcha no Congresso, que no curto prazo haverá menor oferta desses produtos — e isso acarretará em aumento de preços.
Vai ser assim
Até aqui, o decreto legislativo tirado da reunião dos Três Poderes, no Palácio do Planalto, menciona apenas o Rio Grande do Sul. Mas se as chuvas causarem mais estragos em outros estados, a ideia dos deputados é ampliar para outras localidades.
O grande teste da empatia
A ideia de direcionar as emendas dos deputados de outros estados para o Rio Grande do Sul, para mitigar os efeitos do desastre no estado, não vem sendo bem-recebida no Parlamento. É que muitos temem desgaste político em suas bases eleitorais.
Meio a meio
A ideia, por enquanto, é ver se a turma aceita enviar, pelo menos, uma parte das emendas para atender as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul. Num país de tantas carências, há quem veja dificuldades de os parlamentares abrirem mão de seu estado em favor de outro. No Congresso, reina o ditado: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.
Briga por dinheiro
Vem por aí uma queda de braço em torno dos recursos de Itaipu. O governo já destinou R$ 1,3 bilhão ao Pará para preparar a COP30, em Belém. O deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) sugeriu que esse dinheiro seja usado na reconstrução do Rio Grande do Sul.
Não é com ele
Diante da disputa, Lula ficou em reunião e não participou da solenidade que destinou recursos para Belém financiar a infraestrutura da COP30. Aliás, o presidente tem evitado entrar em polêmicas orçamentárias. Todas as vezes que o assunto surge, ele diz que isso é com os ministros.
Sessão mantida/ O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), manteve a sessão de análise dos vetos marcada para quinta-feira. Porém, a ideia é usar a reunião para aprovar as medidas de apoio ao Rio Grande do Sul.
O dia seguinte/ Passado esse atendimento emergencial às pessoas, será preciso um planejamento para a reconstrução. É por aí que os líderes partidários vão tentar convencer os seus pares a aplicar recursos. Afinal, são casas, hospitais, postos de saúde, escolas e retomada da economia.
Janja no tom/ A atitude da primeira-dama (foto) em adotar uma cadela resgatada da tragédia do Rio Grande do Sul foi vista como um gol até pelos adversários. Obviamente, os elogios ficaram apenas em conversas reservadas.