STF, a última Fronteira

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O STF de cada um

Caminha silenciosamente na Câmara dos Deputados a ideia de fazer com que os integrantes da Casa tenham direito a indicar ministros do Supremo Tribunal Federal. O autor de uma das propostas de emenda constitucional em tramitação é o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), mesmo autor da emenda do “Parlashopping”.

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Há quem veja ali um dedo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas ele não é o único interessado. Uma parcela expressiva dos parlamentares, de um modo geral, não vê a hora de ter um ministro para chamar de seu. Quando a proposta chegar a plenário, certamente, será mais uma polêmica em pauta para chamar a atenção, deixando a Lava-Jato e outros temas em 

segundo plano.

Esquecida…

Enfronhados na reforma política que tende a se restringir ao fim da reeleição e resultar em muito barulho para poucas mudanças, os parlamentares vão deixando de lado algo para lá de urgente sob a ótica do governo: A prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), a ser feita via emenda à Constituição, que vence no fim do ano.

…e adormecida

O governo precisa da DRU para poder desvincular recursos amarrados a determinadas ações. Até agora, a Proposta de Emenda Constitucional apresentada em fevereiro pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE) continua na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Daqui a pouco, vem o recesso e não haverá tempo para mais nada. A PEC precisa ser votada em dois turnos na Câmara e no Senado. Nesse clima política, se o governo continuar cochilando, há quem receie que a DRU tenha o mesmo fim da CPMF, durante o governo Lula. A contribuição foi rejeitada no fim do prazo.

A prova pós-feriado

Todos os partidos estarão atentos ao Congresso do PT, de 11 a 13 de junho. É que o encontro é visto pelos aliados como o teste de fogo de Dilma Rousseff e de Joaquim Levy. Se a presidente for vaiada em seu próprio partido ou se o Congresso petista pedir a cabeça do ministro da Fazenda, ficará difícil segurar a base aliada na defesa do governo.

PSB e PSDB

Se depender dos tucanos, o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), pode desistir de qualquer projeto de concorrer ao governo estadual em 2018. Ali, a fila de possíveis inquilinos para o Palácio dos Bandeirantes tem os senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira. Para completar, o fim da reeleição, pode acabar com a possibilidade de França concorrer ao cargo.

Dicionário/ Na música, temos “caetanear” e “djavanear”. Na política, petistas de São Paulo criaram o “Jilmartatear”, numa referência ao secretário de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto (foto). Significa verbalizar tudo o que todos estão pensando. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Tatto disse que “antes o PT ajudava a ganhar eleição, agora atrapalha”.

Autodefesa/ O deputado Edmar Arruda (PSC-PR) aproveitou a presença do ministro Nelson Barbosa na Câmara para cobrar diretamente o pagamento de obras do Minha Casa, Minha Vida. Ao mencionar a penúria das empresas, ele tascou: “Se não pagar, vai quebrar meio mundo, inclusive a minha empresa!”.

Massa de bolo/ O senador Romário (PSB-RJ) faz cara de paisagem para os ataques que tem recebido dos cartolas do futebol suspeitos de participação nas irregularidades detectadas na Fifa. A amigos, tem dito que, quanto mais eles o atacarem, mais a população apoiará a CPI.

Sossega leão/ Num gesto entendido pelos auditores fiscais como “de boa vontade”, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, participou na sexta-feira de um evento do Sindifisco Nacional em Brasília. Tentou acalmar a categoria, que recentemente, enviou a ele uma carta para registrar a irritação com a “persistente e preocupante política de desvalorização dentro do governo federal”. O azedume preocupa o Ministério da Fazenda. Ninguém quer os fiscais da receita em greve neste momento de queda na arrecadação.