Sinais de fraqueza
Em menos de uma semana, quatro ações demonstram uma presidente Dilma Rousseff com força limitada. Primeiro, a cobrança pública de ministros do STF sobre a nomeação do integrante que falta para completar o colegiado e a turma que analisará o petrolão. Segundo, as críticas públicas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao governo Dilma, fase 1. As outras duas foram protagonizadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, o maior ex-dilmista do pedaço.
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Da parte de Renan, veio a recusa em comparecer ao jantar que ela ofereceu à cúpula do PMDB. Por último, a devolução da medida provisória que tratava da desoneração da folha de pagamento. Renan quis dar uma aula política ao governo Dilma Rousseff: não dá para a presidente e sua equipe passarem uma semana discutindo a necessidade de debater as medidas antes de enviá-las ao Congresso e, em seguida, baixar uma MP que aumentava impostos sem comunicar nada a ninguém.
Quem tem medo da UTC?
Uma parcela expressiva de políticos da Bahia tem calafrios só de ouvir falar da hipótese de delação premiada dos empreiteiros da UTC, a empresa que virou gigante a ponto de comprar a Constran.
Não precisa explicar…
Enquanto aguardavam o listão de Rodrigo Janot, políticos reclamavam ontem que Renato Duque, o ex-diretor da Petrobras ligado ao PT, ficou pouco tempo na cadeia, enquanto outros diretores e empresários permanecem. Na iminência da divulgação da lista, suspeitavam de proteção aos petistas.
Dos males,
o menor
Petistas estão dispostos a aconselhar o ex-ministro Paulo Bernardo a comparecer logo para depor nos inquéritos da Lava-Jato. Desde que foi arrolado como testemunha de defesa de Ricardo Pessoa, da UTC, o partido teme que ocorra com o paranaense o que houve com João Vaccari, que acabou na tal condução coercitiva.
Pepe, o enquadrador
Pelo menos em duas das inúmeras reuniões sobre as medidas de ajuste fiscal, o ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, tem dito aos aliados que não se preocupem porque “o PT a gente enquadra” para votar as propostas do governo. Até aqui, o “enquadramento” está bem tortinho.
CURTIDAS Easy rider/ O ministro da Previdência, Carlos Gabas (foto), estava reunido com a bancada do PP para explicar as medidas do ajuste fiscal, quando foi chamado ao Palácio da Alvorada. Prontamente, pediu aos deputados que fossem objetivos nas perguntas para que ele pudesse sair. Um deputado brincou: “Vai logo, ministro, porque lá é dura”. Gabas sorriu: “Pode ficar tranquilo, chegarei rápido, vou de moto”. Foi uma risada geral.
Codinome/ “E aí? Falou com o ‘Sheik’?”, pergunta um deputado ao colega. “Não consegui ainda”, responde o interlocutor. Diante do ar de desentendido de quem ouvia a conversa, eles esclareceram: é assim que os deputados chamam agora o presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Virou o homem do petróleo.
Cochilo da zaga/ O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) fez um duro discurso contra o governo na Câmara. Era meio da tarde. Não houve um governista para tomar a defesa do Planalto.
Depois da lista…/ Quem viveu os grandes escândalos envolvendo políticos ensina: “Ninguém sai igual de um processo de investigação, seja governo, seja oposição. Sempre tem a ganhar ou a perder”.