Recado para a tropa

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Ao convocar a imprensa ontem para dizer que o governo não interferirá na eleição para presidente da Câmara, o ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, queria, na verdade, repassar uma mensagem. Não aos congressistas, mas aos demais ministros da presidente Dilma Rousseff. Por mais de uma vez, Dilma afirmou à equipe que não criasse problemas em relação à Câmara. Ela está convencida de que, quanto mais mexer nesse vespeiro, pior ficará. A declaração veio ainda como um preventivo, para tirar dos ombros do Planalto e do governo qualquer especulação sobre um dedo do PT no pedido de abertura de inquérito por parte do Ministério Público para investigar se Eduardo Cunha tem alguma relação com o esquema da Petrobras, desvendado pela Operação Lava-Jato.

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As declarações de Pepe foram bem recebidas pelo PMDB, que viu ali uma tentativa de Dilma de tirar os ministros da campanha de Arlindo Chinaglia. “Pepe deu uma demonstração de habilidade política. Que outros sigam por esse caminho”, comenta o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), um dos coordenadores da campanha de Cunha. Resta saber se os demais ministros vão acolher a ordem da chefe.

Aceno

Frase de um importante assessor palaciano ontem: “O Distrito Federal, sede do governo, não pode ficar em mato alto sem cachorro”. Quis dizer que a ajuda financeira será dada. O problema é quando. A prioridade no Poder Executivo Federal hoje, assim como o de Brasília, é equilibrar as contas.

Dos males…

Em vez da Presidência da Câmara, Dilma quer que os ministros joguem a energia em outros temas, como a adequação dos orçamentos das pastas aos cortes anunciados ontem.

Wagner olímpico

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, aproveitou a quinta-feira para ter uma aula a respeito do parque olímpico com o chefe da Autoridade Pública Olímpica (APO), general Fernando Azevedo e Silva. Em breve, visitará as obras do complexo. Para bons entendedores, está claro que ninguém no governo vai reinar sozinho como o ministro das Olimpíadas de 2016.

A ordem é prevenir

A ideia de dar largada à operação conjunta de estados e governo federal contra o crime organizado logo na primeira semana de janeiro teve uma razão especial: o governo quer preparar tudo a fim de evitar que o ano anterior às Olimpíadas repita o que ocorreu em 2013, quando a Fifa chegou a cogitar transferir o evento para outro país caso o Brasil ficasse perigoso demais. O governo não quer, de forma alguma, que 2015 repita 2013.

CURTIDAS    

Assunto não faltou/ O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, conversou por duas horas com a presidente Dilma Rousseff. Um dos temas foi setor elétrico.

Dudu em duas versões/ O líder do PP, Eduardo da Fonte (foto), conseguiu a proeza de dar um alô a quase todos os candidatos a presidente da Câmara. Esteve com Eduardo Cunha e passou no almoço em homenagem a Arlindo Chinaglia. Só falta conversar com Júlio Delgado.

Aliás…/O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) saiu todo feliz de Brasília ontem à tarde. É que, esta semana, depois de publicada uma informação de que pode haver um pedido de abertura de inquérito para investigar Eduardo Cunha e se ele tem algum envolvimento na Lava-Jato, o socialista passou a receber convites para visitar alguns estados. Se ganhou realmente novo fôlego, os próximos dias dirão.

Por falar em contas…/ Quem conhece a forma de agir dos deputados garante que nem foi apenas Dudu da Fonte que saiu prometendo votos para todos. Não é à toa que, somadas as contas de Arlindo, Eduardo e Júlio, o resultado supera os 513.