Sobe!
A visita do vice-presidente Michel Temer ontem à sede da Fundação Ulysses Guimarães, no 26º andar do anexo da Câmara, fez com que a segurança reservasse dois elevadores a fim de conduzir os parlamentares de todos os partidos, que faziam fila para ir até lá cumprimentá-lo. A cena indica a saída que os partidos desejam, caso Dilma Rousseff perca o mandato, algo que, no momento, não está nos planos da maioria, mas todos discutem os cenários.
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O DEM, por exemplo, já decidiu: na hipótese de Dilma ficar insustentável no Planalto, o partido, hoje oposição, ingressará num governo de união nacional ao lado de Temer. É o vice com perfume de poder, neste momento em que a crise atinge os congressistas enroscados na Lava-Jato.
Os recados de Cardozo
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, aproveitou a presença na CPI da Petrobras para mandar um recado claro ao PT: não controlará a investigação da Polícia Federal sobre os malfeitos que assolam o partido, os aliados, parte da oposição e que ainda corre o risco de respingar em outras figuras. Ontem, por exemplo, eram fortes os boatos de que José Dirceu e Antonio Palocci poderiam ser levados para a carceragem da PF.
Por falar em CPI…
Os papéis começam a ficar bastante definidos na CPI da Petrobras: o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) trabalha para tentar melar a investigação da Polícia Federal e jogar o TCU na roda. Na terça-feira, o petista perguntou por três vezes a Stael Fernanda, viúva do ex-deputado José Janene, se ela conhecia Augusto Nardes, ministro da Corte e relator das contas do governo de 2014.
…Cada um tem um objetivo
O presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), é acusado publicamente de escolher os alvos da Kroll, a empresa encarregada de buscar informações de dinheiro escondido lá fora. Ao escolher alguns, protege outros.
PDT no governo
A bancada de deputados do PDT foi ao titular da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disposta a fazer de um dos seus o novo ministro do Trabalho, no lugar de Manoel Dias. O indicado é Weverton Rocha, do Maranhão. O lema de Rocha é “Juntos somos fortes!”.
Sai daí rapidinho!/ Sem clima para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Congresso fará tradicional recesso branco, ou seja, tem sessão, mas sem grandes votações nas próximas duas semanas. A ordem é dar um tempo para ver se a poeira diminui. Sabe como é: desde a apreensão de carros de luxo do senador Fernando Collor na terça-feira, quem teve o nome citado na Lava-Jato está com medo de se ver na berlinda.
Balanço e contrabalanço/ Ao saber que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), faria um pronunciamento para prestar contas do trabalho da Casa no primeiro semestre, seus adversários marcaram uma entrevista para apresentar outra versão desse tema: “Certamente, faremos um balanço bem diferente do que aquele a ser apresentado por Eduardo Cunha em cadeia nacional”, comentou o deputado Chico Alencar (foto), do PSol-RJ.
Enquanto isso, no Senado…/ Embora os senadores tenham classificado como “teatral” a operação de busca e apreensão na casa de Fernando Collor, houve quem ficasse constrangido pelo fato de o senador ter residência própria em Brasília, a Casa da Dinda, e ainda assim ocupar um apartamento funcional. Para completar, eles não escondiam o desconforto ao saber que o IPVA da frota está em atraso. Ontem, começou a diminuir a solidariedade aos políticos-alvos da Lava-Jato. Pelo que se ouve, está em curso o ditado “virou terra de Murici, é cada um por si”.
E está só começando…/ Frase ouvida ontem na sala de café do Senado: “Se julho está assim, imagine o que será agosto, o mês da bruxa solta na política”.