Divórcio marcado
O presidente do PDT, Carlos Lupi, tem dito a amigos que até julho seu partido deixará o Ministério do Trabalho. A avaliação dele, feita em conversas reservadas, é a de que o modelo petista se esgotou e, para completar, a pasta foi esvaziada ao longo dos últimos anos. A ideia de Lupi é buscar uma carreira-solo para os pedetistas em 2018, assim como em 2016. A hora é descolar para, quem sabe, logo ali na frente, virar alternativa de poder.
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Nesse caminho, Lupi tem procurado ainda fortalecer o partido. Ele já conversou com o senador Marcello Crivella, com um convite para que se filie ao PDT a fim de concorrer à prefeitura do Rio no ano que vem. A ideia é dar ao senador poder de agregar além do eleitorado evangélico fiel ao PRB, atual partido de Crivella. O parlamentar ainda não decidiu se aceitará o convite. Tem até outubro para escolher o caminho a seguir.
Assédio aos petistas
Os convites para senadores petistas mudarem de partido não se restringem ao do PSB a Marta Suplicy nem ao do PSDB a Delcídio Amaral. O PDT procurou o senador gaúcho Paulo Paim.
Anistia em tempo de orçamento curto…
A lei da biodiversidade em discussão no Senado pretende anistiar empresários que deveriam pagar multa por pesquisas sem autorização legal. O valor global chega ao patamar de R$ 290 milhões e um dos maiores devedores é a Natura. Um dos patrocinadores da anistia no Senado é o PT. Há quem aposte que Joaquim Levy não foi avisado dessa sacolinha de bondade.
“Se o PT ficar com a cabeça em 2018, não passará por 2016. Eleição tem que ser consequência de projeto e não obsessão”
Walter Pinheiro (PT-BA), senador
O alvo
A insistência da cúpula petista em manter João Vaccari Neto na tesouraria partidária transformou-o em principal foco da oposição (e do próprio PMDB) para desgastar ainda mais o PT dentro da Operação Lava-Jato e da CPI. Ali, ninguém fala nos parlamentares envolvidos. Só em Vaccari, na campanha da presidente Dilma Rousseff e no PT. Até aqui, falharam todos os planos do relator Luiz Sérgio (PT-RJ) para expor outros partidos.
Mudança de hábito
Geralmente, o governo enviava uma medida provisória ao Congresso e os parlamentares que aprovassem e ponto. Desta vez, em relação ao salário mínimo, o governo perguntou aos congressistas se poderia enviar a MP. O Planalto e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, aos poucos vão se entendendo.
E o Cid, hein?/ Alguns deputados que tiveram acesso ao diagnóstico que levou o então ministro da Educação a ser internado descobriram esta semana que não passava de uma sinusite leve no seio frontal direito. Em conversas reservadas, as excelências comentavam ontem ter sido a primeira vez que uma sinusite leve foi caso de internação.Para bons entendedores…/ Mais sutil que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, impossível. Sem mencionar Guido Mantega (foto) ou qualquer integrante da equipe do ex-ministro, Tombini disse aos senadores (pelo menos os parlamentares assim entenderam) que essa política de Joaquim Levy é melhor, diante do cenário nacional. “Quando a política fiscal é rigorosa, facilita para quem conduz a política monetária.”
Limão & limonada/ Com o dólar alto, o governo finalmente pretende levar avante uma política de promoção das exportações. Já vem tarde.
E a CPI do HSBC, hein?/ Aí vem mais uma CPI. Ali, o PT ficou com a presidência. Um do planos do partido é tentar explorar aqueles personagens que hoje são oposição ao governo e empatar o jogo de exposição do PT em curso na CPI da Petrobras. A conferir.