Embora os assessores de Dilma Rousseff sejam discretíssimos quando o assunto é troca de comando nos ministérios, o diagnóstico está feito: a equipe de governo, montada antes da posse dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, não tem conseguido transformar a ocupação de espaço no Executivo em votos no Congresso, nem sequer ampliado a capacidade de diálogo com os partidos. Nesse quadro, a saída de Pepe Vargas, mencionada há alguns dias como questão de tempo, deverá ser acrescida de outros nomes, uma vez que o time não esta conseguindo marcar gols. É nesse embalo que os palacianos encerram a semana em que a lista da Lava-Jato chegou ao Supremo Tribunal Federal.
Uma coisa e outra coisa
Ao longo da semana, muitos acharam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, havia “dilmado”, por causa de seu jeito mais afável com o governo. Nada disso. Ele, enquanto economista, tem dito a amigos que o pais precisa do ajuste fiscal.
Por falar em Cunha…
O gesto dele, de comparecer à CPI e se dizer pronto a prestar esclarecimentos, deixou todos os que vierem a ser enroscados nessa história com a obrigação de fazer o mesmo.
Tem aviso
Discretamente, alguns deputados e senadores são avisados da inclusão na Lava-Jato. Tudo para não saber pela imprensa.
Cid, o político
O alvo dos ataques especulativos de ontem e dos próximos dias é o ministro da Educação, Cid Gomes. Na política, ha quem repita dia e noite que não e possível ter um ministro que fala mal do Congresso e do partido do vice-presidente da Republica.
Cid, o gestor
As reclamações sobre Cid Gomes não se restringem ao universo da política partidária. Os parlamentares coletam informações sobre os problemas de caixa no FNDE, que, pela primeira vez em 15 anos, esta atrasando suas contas. O FNDE é considerado área de orgulho do governo.
Saraiva, o capataz
Os peemedebistas estão ansiosos com a perspectiva de levar o ministro à Comissão de Educação da Câmara. É que o colegiado será presidido por Saraiva Felipe, de Minas Gerais e do… PMDB.
Esqueceram justo dele…/ O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (foto), chegou cedo ao hotel para a reunião do PT com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Com andar firme e aquele ar de quem está sempre ocupado e com pressa, orientou os jornalistas de plantão no local a esperarem o fim do encontro e seguiu direto para o restaurante. Passada quase meia-hora, sai Mercadante, com ares de poucos amigos: “A reunião tinha sido cancelada por causa da votação da PEC da Bengala”.
…E deles/ O pior foi a equipe do ministro Levy. A assessoria só mandou um comunicado aos plantonistas sobre o cancelamento da reunião tempos depois de Mercadante deixar o hotel. Para alegria de bravos repórteres, Mercadante já havia avisado.
Esquentou geral/ A CPI da Petrobras ganhou o apelido de “octógono”, o palco das lutas de MMA. Ontem, o deputado João Gualberto, do PSDB da Bahia, gritava: “O PT só tem ladrão!” Jorge Solla (PT-BA), ex-secretário de Saúde do governo Jaques Wagner, ficou furioso e foi tirar satisfações: “Ladrão é você, que roubou quando era prefeito de Mata de São João!”. Os dois quase se engalfinharam.
CPI & mulheres/ Toda a CPI tem uma sempre uma bela dama. A de Cachoeira apresentou Andressa, a linda mulher do bicheiro. Como a da Petrobras ainda não apresentou nenhuma, os pedidos de convocação para prestar depoimento incluíram a socialite Val Machiori, aquela que voou com Aldemir Bendine, quando ele era presidente do Banco do Brasil. Dificilmente será aprovado.
Enquanto isso, no plenário da Camara…/ O ministro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, que há duas semanas havia se oferecido para abrir a lista de ministros a serem ouvidos pela comissão geral da Casa, foi tratado com toda a deferência e comparado ao ministro Cid Gomes (e a declaração dos 300 a 400 achacadores). O resultado foi que o Código de Ciência e Tecnologia ganhou urgência para votação.