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Lira desprezou oportunidades

Publicado em Congresso

Blog da Denise publicado em 29 de dezembro de 2024

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fecha o ano em dificuldades, apesar das vitórias que conquistou. Seja no plano estadual, seja no nacional, nada indica que a vida de Lira será fácil rumo a 2026. No plano federal, está arriscado a perder a batalha das emendas, ainda que tente uma aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No plano estadual, perdeu uma oportunidade de se aproximar do MDB ao não levar a sério a candidatura do líder do partido, Isnaldo Bulhões, para presidir a Câmara e manter o Poder Legislativo — o terceiro na linha de sucessão da Presidência da República — sob a batuta de Alagoas, seu berço político.

Recalcule a rota

Dificilmente haverá uma solução para os problemas de Lira nos próximos dois dias. Enquanto aguarda a resposta do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre as emendas, aproveita para inaugurar obras e mandar seus recados. “Nunca gero expectativas na vida. Quem planta o bem, colhe o bem. Trabalho 24 horas. Quem não trabalha, não colhe nada”, discursou, neste fim de semana, no interior de Alagoas. É para Alagoas que o presidente da Câmara dedicará sua atenção em 2025. Afinal, espremido entre o clã do senador Renan Calheiros, do MDB, e o prefeito reeleito, João Henrique Caldas — o JHC —, precisará trabalhar muito para manter seu espaço para buscar um mandato para o Senado, em 2026.

Sem fulanizar

Nos últimos dias, aliados de Lira repetiram aos quatro ventos que ele não fez nada sozinho. Sempre agiu de acordo com o desejo dos líderes partidários no quesito Orçamento da União.

Fulanizem

Ao fazer um balanço de 2024, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sempre ressalta a taxa de aprovação de projetos do governo. E salienta que tudo se deu graças à capacidade de diálogo de Lula e do governo. Aliás, esse diálogo será um ativo que o Palácio do Planalto pretende destacar como inerente ao presidente rumo a 2026.

Enquanto isso, no União Brasil…

O partido do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, entra 2025 para lá de dividido. Um grupo quer se aproximar de Lula e a turma mais próxima a Caiado quer usar os recursos da legenda para dar mais visibilidade ao potencial do governador para concorrer ao Planalto. A escolha do líder, em fevereiro, será um divisor de águas.

Embaixadas na penúria

O governo brasileiro quitou suas dívidas com organismos internacionais, mas terá dificuldades em pagar as contas de algumas embaixadas mundo afora. Já tem embaixador desabafando com amigos sobre a necessidade de arcar com despesas do próprio bolso para não passar por constrangimentos como ter a água ou a luz cortados.

Olho nela/ Não é só Lira e Dino que passam a última semana do ano trabalhando. A governadora Celina Leão (PP) aproveitou o período para abrir fogo contra o decreto de Lula sobre segurança pública: “Foi um presente de mau gosto e desrespeito para com os governadores. E sem a presença do fórum dos secretários de segurança pública”.

Olho nele/ O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC, foto), entrará 2025 com o leque de opções aberto. Pode escolher entre continuar no cargo, preparar uma candidatura ao Senado ou ao governo estadual com chances reais para daqui a um ano e meio. Poucos têm essa situação. Se souber jogar, se cacifa para tornar-se um grande player na política alagoana.

Alta ansiedade/ Neste último domingo do ano, os líderes partidários estão atentos ao telefone. Todos à espera da resposta de Dino sobre os R$ 4,2 bilhões em emendas suspensas. A alguns Dino, disse que a resposta a este tema tão “complexo” sai hoje ou amanhã.

E a bomba, hein?/ Policiais não acharam explosivos com o homem que ameaçava explodir a Polícia Militar e a Polícia Federal. Mas depois do episódio daquele cidadão que jogou explosivos na frente do STF, nenhum gesto suspeito será desprezado.