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Três movimentos
O Congresso volta ao trabalho na segunda-feira com os bastidores fervilhando uma palavra que publicamente poucos pronunciam: impeachment. Essa pulguinha atrás da orelha de muitos congressistas importantes voltou a incomodar diante das chamadas do programa do PMDB Em favor do Brasil que vai ao ar na quinta-feira, com destaque para Michel Temer. Michel, entretanto, tem afastado de forma veemente qualquer conspiração nesse sentido. Tanto é que, na reunião ministerial, fez uma defesa irretocável do mandato presidencial. O problema é que o que Michel diz e repete, repelindo qualquer movimento em sentido contrário, não é o que está nos bastidores dos partidos. Nem que seja para incomodar o governo e ganhar algum espaço, alguns aliados vão levar essa assombração ao Planalto.
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Em conversas reservadas, os políticos começam a dizer que, de tudo o que saiu até agora sobre o escândalo da Petrobras, o que chega mais perto da presidente Dilma Rousseff é a compra da Refinaria de Pasadena (EUA), aprovada quando ela era presidente do conselho. Se houver ali algo que ainda não veio à tona e mine a credibilidade presidencial, o segundo quesito é saber se a população terá a vontade de ver os congressistas dedicados a levar o afastamento da presidente adiante. Se as ruas quiserem, os políticos acreditam que não seja tão inverossímil logo ali na frente. É por aí que muitos aliados tentarão assustar Dilma para conseguir algum lugar ao sol no segundo escalão.
Lava-Jato socializada
A aposta do governo é a de que a lista de políticos envolvidos na Lava-Jato será “positiva” para a presidente Dilma Rousseff. Isso porque haverá uma divisão da crise com o Congresso diluindo o furacão que se abate hoje sobre as empresas e a Petrobras.
Ruim com ele ou pior sem ele — eis a questão
A presidente Dilma nunca esteve tão dividida sobre como estreitar os laços com o PMDB e os interlocutores não têm ajudado a solucionar o dilema. Há quem diga que ela deve abraçar Eduardo Cunha sem medo de ser feliz. Outros, entretanto, consideram que a comandante do país deve manter distância regulamentar do presidente da Câmara. Lula é defensor da primeira opção. Ela ainda não decidiu.
Por onde passa boi…
A regulamentação da profissão de caminhoneiro ajudou a piorar a imagem do Brasil no quesito cumprimento de contratos. O Bank of America enviou um comunicado aos clientes alertando para os riscos regulatórios no país. O alarme do Bank of America considera que houve uma mudança de regulamentação e de “contrato de concessão”.
…Vem tarifaço
O mesmo Bank of America diz acreditar em compensação financeira do governo federal para reparar a perda de receitas. As concessionárias, por sua vez, apostam na possibilidade de vetos a dois artigos, o que permite o passe livre aos caminhões que estiverem com eixos suspensos e o que aumenta de 5% para 10% o excesso de peso tolerado. Se os vetos não vierem, virá um reajuste das tarifas ao consumidor.
CURTIDAS
Foi ele!/ O surgimento do nome do deputado Hugo Motta (PMDB-PB) como futuro presidente da CPI da Petrobras levou a ala nordestina do partido a acusar o jovem parlamentar de “traição”. Há quem diga reservadamente que Motta, que tem 25 anos e já foi presidente da Comissão de Fiscalização e Controle, trocou a vaga na CPI por um voto em favor de Leonardo Picciani para liderar a bancada.
Aquecimento/ O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (foto), voltou mais cedo para Brasília. Mesmo com o Congresso parado, ele e seu pessoal trabalham no cruzamento de dados das CPIs da Petrobras da legislatura passada. Ou seja, nada de começar do zero, perdendo tempo em pedidos de documentos que já estão à disposição do parlamento.
Fiscal da Dilma/ O ministro da Defesa, Jaques Wagner, vai ao estaleiro de Itaguaí (RJ) na terça-feira fiscalizar a construção dos submarinos. Quer ter a certeza de que os dois primeiros dos quatro submarinos convencionais ficarão prontos ainda no governo da presidente. O submarino de propulsão nuclear, entretanto, só em 2023.
Olha ele ali!!!/ Em silêncio há algum tempo, o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Coelho, saiu em defesa do encontro do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com os advogados bem alinhadinho com o governo. Em tempo: ele é candidato à vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), a ser preenchida em breve.
O pacote é do PT
Na reunião da bancada do PMDB da próxima terça-feira virão algumas bombas estrategicamente colocadas para explodirem no colo dos petistas. A primeira se refere às medidas provisórias 664 e 665, ambas do ajuste fiscal que renderá R$ 18 bilhões. A ideia do PMDB é dispensar as relatorias e repassá-las ao PT, sob o argumento das ligações do partido com as bases sindicais. Nos bastidores, entretanto, é o momento de fazer o partido de Dilma sangrar entre a própria base e a necessidade do ajuste.
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A outra bomba em preparação na bancada será uma posição pela derrubada do veto à correção da tabela do Imposto de Renda. Embora o governo esteja fechando um acordo pela manutenção do veto, ainda não combinou com a raia miúda. Por último, virá a insistência para que o líder Leonardo Picciani (PMDB-RJ) escolha a relatoria da CPI da Petrobras e deixe a presidência para os petistas.
Por falar em Picciani…
A briga pela relatoria da CPI será o teste do novo líder. Se ele não defender o que for fechado por seus liderados e se ater apenas ao que deseja o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ficará difícil unir o colegiado e ainda ganhará a indelével marca de marionete.
Nem adianta
Os assessores palacianos recomendam cautela a deputados e senadores que planejam correr ao Planalto para saber das indicações aos cargos de segundo escalão. Dilma está decidida a só tratar de indicações políticas depois de divulgados os nomes envolvidos na Operação Lava-Jato. Há quem tenha dito a ela que as águas de março vão tirar muitos da lista.
Tempero completo
Como se não bastassem as investigações da Petrobras, vêm aí a lista do HSBC e as suspeitas de contas milionárias do banco usadas para lavagem de dinheiro na Suíça. O deputado Paulo Pimenta, do PT gaúcho, chegou mais cedo do carnaval só para colocar esse tema na avenida da política e pedir oficialmente a listagem dos correntistas. São cerca de 8,7 mil contas. Se ele vai conseguir a lista, não se sabe, mas que vai dar samba, ah, isso vai.
Fila móvel
Diante da polêmica envolvendo o titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, e suas audiências com advogados de empresários presos na Lava-Jato, há deputados dispostos a pressionar pela troca de lugar na fila de ministros convidados a falar na Câmara. Em vez de Eduardo Braga, Cardozo encabeçaria a lista. O difícil vai ser “colar”. É que esse assunto vem sendo tratado intramuros como “flor do recesso”, ou seja, aquele tema que, passado o feriadão, termina reduzido a um comentariozinho aqui e outro ali.
Discurso & prática
Está difícil os políticos acreditarem numa mudança de atitude da presidente Dilma Rousseff no quesito diálogo com a classe. Muitos consideram que se ela desejasse de coração se reaproximar do PMDB, poderia ter começado chamando o vice-presidente Michel Temer para as reuniões de coordenação do governo. A primeira pós-carnaval, na quarta-feira de Cinzas, contou com os mesmos de sempre.
Sempre ele/ Se depender de José Dirceu (foto), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não terá muita paz nem tampouco apoio em reuniões com os petistas. Em seu blog, Dirceu colocava ontem em letras garrafais que a política anunciada por Levy vai na contramão do mundo.
Dois a um/ Dos três senadores do Distrito Federal, Cristovam Buarque e José Antonio Reguffe encabeçaram a lista de assinaturas para uma nova CPI Mista da Petrobras. Hélio José, do PSD, não apoiou a CPI. Este ano, a investigação parlamentar será exclusiva dos deputados, que o governo considera mais fácil controlar. Conversa. Ali, até Eduardo Cunha perde de vez em quando.
Intacto/ Na bolsa de apostas para mudanças de segundo escalão, ontem saíram o BNDES e seu presidente, Luciano Coutinho. Sabe como é, em tempos de possíveis CPIs e holofotes no banco, melhor não mexer nesse time que, segundo a presidente, está ganhando.
Primeira troca/ As mudanças anunciadas na TV Câmara começaram antes de o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltar do recesso. O jornalista Antonio Vital deixou a direção de jornalismo da Casa.
Por falar em tevê…/ O aumento das tarifas de água e de luz pegou forte no imaginário da população. Não há um programa com a participação de telespectadores em que o tema não seja mencionado em perguntas dos cidadãos.
Pizzaria em construção
Decidido a entregar a relatoria da CPI da Petrobras ao PT, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem dito a aliados que a intenção se baseia na seguinte tese: esse assunto é problema e, no caso, se vier desgaste, ficará para o PT. Dentro do PMDB e de outros partidos do blocão que elegeu o peemedebista para comandar a Casa, há, entretanto, apenas uma certeza: dar a relatoria ao PT vai soar como a reabertura da “pizzaria” que foi a CPI da legistura passada, aquela que não deu em nada.
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A aposta geral é a de que a entrega da relatoria ao PT, se confirmada, levará Eduardo Cunha a começar a queimar a popularidade alcançada com as primeiras semanas de trabalho, em que a Câmara funcionou a pleno vapor. E, numa atividade feita de gestos, como é o caso da política, há muita gente com receio de que prevaleça a versão de proteger o PT.
Toma que o filho é teu
Sondados por ministros palacianos sobre quem poderia assumir o cargo de líder do governo no Senado, os integrantes da cúpula do PMDB recusaram a oferta. É que todos preveem tempos sombrios e muito desgaste para quem ficar com a função. No caso, vai sobrar para o PT. A conversação geral é a seguinte: quem tem os ministérios “de ponta”, que dialogam com os prefeitos, é que deve ser a voz governista entre os senadores.
Promessas & dívidas
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), terá dificuldades em conciliar o cumprimento das promessas de campanha com a perspectiva de união da bancada. Um dos problemas é a Comissão de Seguridade Social, que a bancada do Sul do país estava disposta a entregar a Darcísio Perondi (PMDB-RS) como forma de apaziguar os sulistas que votaram em Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) para líder. Ocorre que o cargo foi prometido aos integrantes do PMDB de Minas Gerais, que tem o ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe para ocupar o posto.
Ministérios, só de ponta
Aliados do governo seguem para a reunião de terça-feira no Planalto dispostos a deixar claro que não dá para o Congresso ficar com o ônus político das medidas econômicas propostas pelo governo, a sociedade arcar com o corte econômico, via aumento de impostos, e, nesse quadro, o Poder Executivo continuar intacto, com 39 ministérios. Vem pressão para que Dilma reduza esse festival de cargos no primeiro escalão e redistribua o “filé”, que está, em grande parte, com os petistas.
Lá e cá
A oposição não tem mais dúvidas de que não terá acordão que segure as investigações da Lava-Jato. É que o mensalão foi um caso local, envolvendo agências de publicidade, partidos e políticos com assento no governo. O petrolão é internacional. Envolve a maior empresa estatal e está sob lupa no Brasil, na Suíça, na Holanda e nos Estados Unidos. Não há mais como não investigar. Nem que seja para não passar vexame perante as apurações no exterior.
“Vaccari é o Delúbio revisto e ampliado”
Do deputado Marcus Pestana (foto), do PSDB de Minas, comparando o atual tesoureiro do PT com o antecessor, fisgado no mensalão
Prefeitos turbinados…/ Eduardo Paes (PMDB), no Rio, e ACM Neto (DEM), em Salvador, aproveitaram para testar a popularidade nesse carnaval e obtiveram bons resultados. Neto, por exemplo, apareceu mais do que o Rei Momo. Ambos são apostas para o futuro, seja em que partido estiverem.
…E em movimento/ A diferença entre eles é o estágio para o próximo passo. Eduardo Paes surge como aposta para o governo estadual em 2018 ou a Presidência da República. ACM Neto, embora ainda se mantenha discretíssimo sobre o tema, concorrerá à reeleição em 2016.
Presidente reclusa/ Em temporada de campanha, a presidente Dilma Rousseff sempre dava o ar da graça no camarote do governador da Bahia, ou mesmo no sambódromo. Em 2010, posou com Madonna e o então governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ). Desta vez, ficou quietinha. Sinal de que o ano não está para folia.
Atento observador e protagonista da história recente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva percebeu que as placas tectônicas do PMDB estão em movimento e, antes que derrubem os edifícios políticos construídos ao longo dos últimos anos, foi ver de perto o surgimento de um novo continente no Rio de Janeiro. Na conversa que teve há dois dias com o ex-governador do estado Sérgio Cabral e o prefeito da Cidade Maravilhosa, Eduardo Paes, Lula foi sentir “qual é” a banda de ambos e ainda sondar como anda o samba do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do líder do partido na Casa, deputado Leonardo Picciani.
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O petista descobriu que, em princípio, essa poderosa dupla de parlamentares não pretende atropelar Dilma Rousseff com as alegorias no Congresso. E, em conjunto, colocaram à mesa algumas receitas de almoços e jantares no futuro, tais como o apoio do PT do Rio a um peemedebista para suceder Eduardo Paes, em 2016, e de outro para o lugar do governador Luiz Fernando Pezão, em 2018. Em troca, o PMDB do Rio fecharia com uma candidatura de Lula no mesmo ano. Tudo isso foi dito a Dilma Rousseff ontem. O grupo próximo ao ex-presidente está para lá de convencido que qualquer negociação política, neste mandato, passará pelo PMDB do Rio.
A multiplicação dos cargos
O novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu substituir o atual secretário de Comunicação da Casa, o jornalista Sérgio Chacon, pelo deputado Cleber Verde (PRB-MA), que está no primeiro mandato. Além disso, a chefia da TV Câmara ficará com um ocupante de cargo comissionado da Casa, indicado por Cleber. A novidade, anunciada em uma reunião da Mesa Diretora na tarde de quinta-feira, faz parte do acordo firmado com o PRB na campanha, e abre caminho para que pessoas que não são do quadro de servidores assumam cargos de chefia na Casa. “Agora, abriu a porteira”, lamentou um servidor ao repórter André Shalders.
A multiplicação dos insatisfeitos
Se essa mudança vingar, e o avanço dos parlamentares sobre outros setores da administração da Casa se intensificar, Cunha vai gerar insatisfação entre os servidores e os grupos de parlamentares que consideram esses postos exclusivos da administração da Casa, de forma a evitar privilégios de um ou de outro deputado na hora de veicular as notícias do parlamento. Vem briga aí.
Sob encomenda
Os petistas estão convencidos de que os vazamentos da Lava-Jato estão diretamente relacionados aos movimentos de Dilma e de Lula para tentar amortecer a crise política. Bastou o ex-presidente e Dilma sentarem juntos para que o partido estivesse, mais uma vez, colocado no centro do petrolão com as denúncias de que José Dirceu teria recebido propina sob o codinome Bob.
Noves fora…
Os peemedebistas eleitores de Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) fizeram as contas e descobriram que, hoje, o novo líder não tem mais a maioria da bancada. Isso porque três suplentes, dois do Rio e um de Minas Gerais, ficaram no Congresso apenas o tempo suficiente para eleger Leonardo Picciani líder do partido. Considerando o resultado de um voto de diferença, Picciani terá, depois do carnaval, o apoio de 31, enquanto Lúcio conta com 33. Moral da história: ou Picciani trata de unificar a bancada na hora de indicar os presidentes das comissões técnicas, ou poderá ter dor de cabeça para comandar os deputados. Privilégio de poucos/ Ninguém costuma ver o deputado Miro Teixeira (foto) coletando assinaturas para projetos em plenário. Esta semana, entretanto, ele fugiu do padrão. Em menos de uma hora, conquistou 200 assinaturas para a sua proposta de emenda à Constituição (PEC) em favor do distritão, um sistema eleitoral que termina com a história de um deputado bem votado “dar carona” a ilustres desconhecidos.
À distância/ A senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) ainda não conseguiu trocar totalmente a Câmara pelo Senado. Na última quinta-feira, em plena reunião da bancada feminina no Senado, ela não largou o celular, acompanhando a escolha do novo líder do PMDB entre os deputados. As novas coleguinhas de Rose não gostaram, e volta e meia soltavam um “desapega, Rose!”.
Haja assunto/ Numa quinta-feira de véspera do carnaval, os poucos parlamentares que permaneceram em Brasília se esbaldaram da tribuna. Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, e Paes Landim, do PMDB do Piauí, se revezavam nos microfones em longos pronunciamentos transmitidos pela TV Câmara.
E o Pizzolato, hein?/ Há quem diga que é bom Henrique Pizzolato se preparar. Se valer para ele o que ocorreu com os demais envolvidos no mensalão, ele ainda amargará um bom período na cadeia. É que, até aqui, apenas os políticos conseguiram a liberdade.
Depois de reunir o “sexteto das 9h30” para avaliar os índices de popularidade em queda e as formas de refazer sua base política, a presidente Dilma Rousseff decidiu recorrer a Lula. O relacionamento entre os dois — que, na festa de aniversário do PT, ainda não estava 100% — teve o gelo quebrado por esse chamamento. Sabe como é, na hora em que a coisa “pega” diante do eleitorado, o partido recorre sempre àquele que tem o dom de falar diretamente à população. Lula, entretanto, já avisou: não adianta Dilma chamar, dizer que vai mudar e continuar fazendo tudo igual.
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Para quem se esqueceu, vale lembrar o sexteto: Aloizio Mercadante, Pepe Vargas, Miguel Rossetto, José Eduardo Cardozo, Jaques Wagner e Ricardo Berzoini — os responsáveis pela estratégia de articulação política do governo.
Governo contra Impositivo
A Advocacia-Geral da União (AGU) está pronta para entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a obrigatoriedade de liberar as emendas dos parlamentares, o tal Orçamento Impositivo aprovado no plenário da Câmara. O cálculo dos advogados é de que basta uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Executivo ganhe um tempinho de forma a evitar o cumprimento geral das emendas este ano.
Quem sabe rola uma estatal?
De olho no segundo escalão, o PRB vai sair do megabloco que elegeu Eduardo Cunha (PMDB-RJ) presidente da Câmara e se juntar aos pequenos partidos PTdoB, PSL, PRTB, PMN, PSDC, PTC, PTN e PRP. Essas legendas acabam de se unir em busca de espaço de governo longe do PMDB, a quem não desejam servir no papel de escada. Quando o PRB chegar, subirão de 18 para 39 deputados.
“Estamos voltando à Republica do Galeão. Resta saber se Dilma Rousseff tem vocação para Getúlio”
Do deputado Danilo Forte (PMDB-CE), comparando a tomada de poder do PMDB do Rio aos oficiais da Aeronáutica que se mobilizaram para derrubar Getúlio Vargas
Não, nunca!
Os petistas avisaram ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que, se ele quiser fazer as pazes com a oposição, que faça, mas nada de oferecer a Comissão de Fiscalização e Controle. Essa tem que ficar com a base aliada, da mesma forma que o Conselho de Ética ficou com João Alberto Souza (PMDB-MA).
Lugar cativo
João Alberto (PMDB-MA) conquistou, pela terceira vez, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado porque, em todas as oportunidades que pôde, “matou no peito” os processos contra senadores. Agora, em tempos de Lava-Jato, a maioria da Casa aposta que não será diferente.
Prestigiada/ A senadora Rose de Freitas (foto), do PMDB-ES, vai presidir a Comissão Mista de Orçamento este ano, cargo que dá visibilidade, mas exige paciência para as votações de propostas que avançam na madrugada.
Olho na urna/ O deputado Julio Lopes (PP-RJ) acompanhou a eleição do novo líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), de dentro do plenário. Há quem diga que foi conferir pessoalmente os votos que ajudou a amealhar na bancada em favor de Picciani.
Por falar em juntar…/ Nessa campanha para líder do PMDB, teve deputado que recebeu telefonema dos “piccianistas” por volta de uma da matina.
…Os jovens ficaram com Picciani/ Assim que o novo líder ocupou a cadeira, o deputado Newton Cardoso Junior, de Minas Gerais, posicionou-se estrategicamente atrás de Picciani para aparecer nas fotos. Na parte de trás do plenário, um deputado comentou: “Ali está o representante de quem vai mandar no PMDB: o velho Newtão e o novo Newtinho”.
A presidente Dilma Rousseff entrou tarde na avenida de possíveis soluções para a crise da Petrobras. E, quando entrou, foi pela contramão. A avaliação, feita pelos próprios petistas, é a de que a escolha de Aldemir Bendine, do Banco do Brasil, para o comando da Petrobras foi um atropelo. Há quem diga no partido que Bendine não tem o perfil ideal para o cargo. Se até o PT pensa assim, imagine o mercado. As ações da Petrobras voltaram a cair porque o nome de Bendine sugere que as ingerências políticas vão permanecer na empresa. Pior para o governo. Saiu Graça, uma técnica do setor, para entrar alguém que, além de não pertencer a área do petróleo, tem problemas como a concessão de um empréstimo milionário a uma socialite, sem levar em conta as normas técnicas do Banco. Já tem gente na seara do PT com saudades de Graça Foster.
Nem governo, nem oposição. O maior vencedor das votações que definiram os comandantes do Congresso foi a parcela que negocia tudo individualmente. Significa que, daqui para a frente, Dilma viverá no parlamento, a cada dia, uma aflição, sem um grande grupo fechado com o governo na alegria e na tristeza ou destinada a fazer oposição sistemática. Pior para o governo. No Senado, Dilma está à mercê do grupo de Renan Calheiros. Na Câmara, apesar do discurso conciliador de estreia do presidente Eduardo Cunha, o PT e o governo Dilma colheram a maior derrota da história desde que o partido assumiu o comando do país. E não terão vida fácil, uma vez que dentro do PMDB começam a surgir frases que sugerem a renúncia de Dilma: “Ela deve deixar e entregar logo para o Michel, que vai trocar tudo na Petrobras, na Eletrobras e no BNDES”, afirmava solto o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).
O passado ensina
Foi a terceira vez em que, apesar da base desunida, o governo escolheu um candidato, influiu diretamente no processo eleitoral do parlamento e perdeu. Na primeira, em 2001, Aécio Neves (PSDB) foi candidato ao comando da Casa sem o apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso e derrotou Inocêncio Oliveira, do então PFL, o candidato oficial. Depois, em 2007, o PT jogou as fichas divididas entre Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG). O governo fechou com Greenhalgh e levou Severino Cavalcanti (PP-PE) como o troco do plenário num processo eleitoral que varou a madrugada.
Ontem, não foi diferente. A eleição de Eduardo Cunha veio como resposta ao governo, que cometeu uma sucessão de erros fruto dessa mesma gênese. O Planalto, desatento para a necessidade de segurar a base em torno de um único candidato ainda em 2013, deixou que o PMDB corresse solto.
Festival de tropeços
Quando o PT entrou com Arlindo Chinaglia candidato era tarde demais para reivindicar a posição. Feito isso, o governo jogou o peso em favor do petista, num cenário desfavorável por conta da má condução política na escolha dos ministros. O PP, por exemplo, não se conformou por ter perdido o Ministério das Cidades para o PSD de Gilberto Kassab. Fechou com Cunha. E o PSD, por sua vez, mandou votar em Chinaglia sem sequer reunir a bancada para discutir a escolha. Resultado: muitos insatisfeitos, ao ponto de terminar indicando para a mesa diretora Felipe Bournier, um aliado de Eduardo Cunha.
Como se não bastassem os erros de condução, na última hora, o partido ainda deixou solta a formalização do bloco de apoio, o que terminou por deixar o PT no pior dos mundos dentro do Congresso. Num ano de CPIs pululando, Operação Lava-Jato desaguando na política e dificuldades de toda ordem para o governo, os petistas terão cara de minoria na Casa. Além de ficar fora da mesa diretora, ainda terá reduzido o espaço de comando nas comissões técnicas da Casa. Perdeu a primeira vice-presidência e perderá a Comissão de Constituição e Justiça, por onde tramitam todos os projetos e recursos quando há problemas nas votações em plenário. Ali, mandará um aliado de Cunha.
Moral da história
O governo começou a ter consciência do estrago que seria feito pelo PMDB ainda na noite de sábado. Foi quando Michel Temer procurou Eduardo Cunha em busca de um acordo: Arlindo se retiraria para formar uma candidatura única e o compromisso de que os petistas ficariam com o comando da Câmara no segundo biênio. Cunha recusou. Confiante nos votos e no trabalho de formiguinha que fez desde o ano passado, preparava-se para colher os louros. O PT, portanto, ficará quatro anos fora dos principais espaços da Câmara. Para completar, ao que tudo indica, não poderá sequer recorrer à voz rouca das ruas para compensar os erros e as falhas na política. Diante do cenário econômico difícil e das mazelas na Petrobras, nada leva a crer que o povo clamará por Dilma agora como clamou por Lula nos tempos do mensalão. Por tudo isso, restará ao governo aprender a exercer a política de forma a conviver com um parlamento onde seu partido estreia com ares de minoria.
A escalada da crise
Com o fim das férias do Congresso, os parlamentares voltam ao trabalho hoje em um tom acima do que fecharam 2014. As dissidências e brigas na base governista estão amplificadas por causa da disputa na Câmara. Internamente, os maiores aliados da presidente Dilma Rousseff calculam que a perspectiva de vitória de Eduardo Cunha na Câmara e o aperto que Renan Calheiros passa no Senado jogam por terra o plano de substituir o PMDB pelo novo partido de Gilberto Kassab.
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E com um agravante: Lula, nos tempos de mensalão, e com a economia em dia, recorreu às ruas para evitar qualquer movimento mais contundente da oposição que levasse parte da base contra seu governo. Dilma, em temporada de petrolão, aumento de impostos, da gasolina e de tarifas, e com a base rachada, talvez não tenha a mesma sorte. O governo começa o ano com aquela velha batida: quando você pensa que nada pode piorar, piora.
Emendas & sonetos I
Ricardo Barros, do PP, ofereceu aos peemedebistas, já no início da noite de sexta-feira, a hipótese de juntar todos os partidos da base aliada em volta de Eduardo Cunha, com a garantia de apoio ao PT para ocupar a presidência da Casa no próximo biênio. Em troca, o PMDB ficaria com a presidência agora, mas teria de “expulsar” do bloco de apoio o DEM e o Solidariedade. A resposta foi negativa. A avaliação é a de que o governo se preocupou tarde demais com os desdobramentos da divisão da base.
Emendas & sonetos II
Ao colocar o PSD no Ministério das Cidades com a ideia de fortalecer a posição do aliado, o governo deu asas a um partido com que todos os outros antipatizam. Afinal, o PSD cresceu tirando substância não só da oposição, mas também de parceiros do governo. A primeira parcela dessa conta, Dilma vai pagar hoje se Arlindo Chinaglia for derrotado, conforme indicam as previsões.
Combustível explosivo
Os mais tarimbados na política acreditam que a velha fórmula de usar os cargos de segundo escalão para acalmar a base no pós-eleição do Congresso não vai dar certo. É que, para cada nomeado, haverá 10 descontentes, dada a fragmentação dos partidos.
Noves fora…
Em conversas reservadas, os políticos aliados de Arlindo Chinaglia acreditam que, depois do ingresso dos ministros palacianos na campanha petista para presidir a Câmara, o resultado de hoje trará aqueles com que o governo poderá contar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. O grupo eduardista acredita que, apesar dessa pressão dos petistas, o peemedebista tem gordura para queimar até a hora da votação, sem comprometer o resultado final.
Lula à portuguesa
O nome do ex-presidente Lula tem sido citado insistentemente pela imprensa portuguesa como ligado à Odebrecht, empresa que acabou enroscada nas investigações que atingem o ex-primeiro ministro José Sócrates. É confusão para mais de metro. Lula, entretanto, jamais escondeu que ajudaria as empresas brasileiras a exportarem obras, produtos e serviços. Não contava, porém, que essas azeitonas tivessem caroços.
CURTIDAS
O corpo fala/ Os quatro candidatos a presidente da Câmara passaram ontem no seminário montado para recepção aos novos parlamentares. Eduardo Cunha e Arlindo Chinaglia evitaram cumprimentos. Cunha, ao chegar, cumprimentou todos, menos Arlindo. Ao sair, o petista fez o mesmo. PT e PMDB estão cada vez mais distantes.
Ser ou não ser/ Muitos deputados de primeiro mandato chegam morrendo de medo de assinar qualquer coisa no parlamento. Um peemedebista chegou a preencher a ficha para integrar a Frente Parlamentar de Agricultura ontem no escritório do grupo, mas, na saída, pediu de volta. Iria consultar o partido primeiro.
Dia cheio/ Brasília funcionará hoje como se fosse uma quarta-feira. Vários salões de beleza que permaneceram fechados na posse da presidente Dilma Rousseff abrem hoje para atender esposas dos parlamentares e convidadas para o casamento da ministra da Agricultura, Kátia Abreu.
Noite cheia/ Os restaurantes frequentados pelos políticos, que geralmente fecham no domingo à noite, também funcionarão. O Piantella, por exemplo, convocou toda a equipe para receber as excelências. É o domingo com cara de terça-feira, quando, geralmente, as votações do Congresso vão até mais tarde.
A Petrobras, a base e o Planalto
A decisão da Petrobras de cancelar os investimentos previstos para as refinarias do Ceará e do Maranhão deixaram os políticos dos dois estados em pé de guerra com a empresa e a presidente Dilma Rousseff. No Ceará, onde Dilma prometeu concluir a refinaria ainda no primeiro mandato e chegou a lançar a pedra fundamental da obra com ares de festa e palanque, há quem defenda, inclusive, que o ministro da Educação, Cid Gomes, entregue o cargo. “O ministro agora está desmoralizado. Por duas campanhas, a presidente prometeu e, agora, cancelam a refinaria, alegando que daria prejuízo. Prejuízo é o desmantelo que impera na Petrobras e que ninguém assume a responsabilidade”, diz o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).
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O deputado José Nobre Guimarães, do PT, foi ontem ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, pedir que a refinaria cearense seja retomada. Na semana que vem, será a vez da bancada do Nordeste ir em peso pedir a continuidade das obras. Mercadante prometeu recebê-los.
Renan e os ministros
O presidente do Senado, Renan Calheiros, busca os ministros políticos do governo Dilma Rousseff para dar aquela força na campanha pela reeleição. Ontem, por exemplo, conversou com Gilberto Kassab, das Cidades, por telefone. O PSD tem três senadores: Omar Aziz (AM), Otto Alencar (BA) e Sérgio Petecão (AC).
Renan e os peemedebistas
Os cálculos dos renanzistas indicam que o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), adversário de Renan, tem na bancada do partido apenas quatro votos. Jader Barbalho, que se recupera de uma cirurgia no Sírio-Libanês, mandou uma declaração de voto por escrito em favor de Renan. A certeza da decisão da bancada hoje é que fortalece a pressão para que o catarinense aceite o resultado.
Renan e os petistas
O grupo que ajuda na campanha de bastidores de Renan levou o seguinte recado ao PT: “Vocês precisam entender que o foco em 2015 chama-se Dilma Rousseff. Se quiserem eleger o Luiz Henrique como candidato do PSDB, vão pagar a conta ali na frente”, ou seja, o PMDB não vê céu de brigadeiro para a presidente em termos políticos e acena com a rede para ajudá-la, se preciso for.
Deu errado
Os petistas do governo Dilma Rousseff esperavam contar com um empurrãozinho dos governadores para levar os partidos a apoiarem Arlindo Chinaglia para presidente da Câmara. Não rolou. Na Bahia, por exemplo, Rui Costa, que é do PT, não abriu espaço ao PR no primeiro escalão.
CURTIDAS 2 em 1/ O ex-deputado Paulo Delgado se diverte acompanhando a distância a disputa pela presidência da Câmara: “Para um governo que não gosta de reunião com políticos, o melhor candidato é Eduardo Cunha: governo e oposição num cara só”.
A visão deles/ Os aliados de Arlindo Chinaglia estão conversando com os tucanos dentro do seguinte raciocínio: “O Eduardo Cunha, derrotado, é o melhor dos mundos para vocês. Votem no Chinaglia!”. Os tucanos não acreditam. Querem tudo, menos o PT na Presidência da Casa.
666, a MP/ Parece macabro, mas as refinarias que a Petrobras cancelou tinham recursos previstos na Medida Provisória
nº 666, de 30 de dezembro. Com o cancelamento, vem sendo chamada de MP da “besta”. Xô, satanás!
Enquanto isso, no Maranhão…/ O novo governador Flávio Dino contava com as obras para alavancar a economia estadual. Agora, terá de se virar sozinho. Os sarneyzistas, que perderam o poder, vão se solidarizar aos protestos. Foi-se mais uma promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff.
Dois coelhos
Disposta a criar um partido, Marina Silva planeja usar a falta de água em São Paulo e os problemas energéticos do país para bater no PT e no PSDB. Há mais de 10 anos mandando no estado mais populoso do Brasil, os tucanos paulistas serão responsabilizados pela ausência de um plano que permitisse contornar as mudanças climáticas e não expusesse a população à situação atual. Quanto ao governo federal, a ordem será bater na ausência de diversificação da matriz energética. E os dois vão apanhar no quesito falta de planejamento e de jogar às claras a necessidade de racionamento — uma atitude que deveria ter sido adotada há tempos.
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Os marineiros, entretanto, avaliam que os tucanos ainda podem transformar o limão em limonada: podem sempre dizer que, em 2001, Fernando Henrique optou pelo racionamento de energia antes que os reservatórios secassem, como ocorre agora. Ou seja, não deixou a situação chegar ao ponto em que permitiu a administração petista. Não por acaso, Dilma chamou os ministros para discutir a crise da água. Não quer dar mais argumentos aos adversários.
Equação difícil
O presidente do PP, Ciro Nogueira, avaliou com alguns petistas que será difícil levar a bancada a apoiar Arlindo Chinaglia (PT-SP) para presidir a Câmara. É que, no ano passado, Ciro fez das tripas coração para levar os pepistas a participar da coligação de Dilma Rousseff à reeleição e, ainda assim, perdeu o Ministério das Cidades. Agora, se forçar muito a mão em direção ao PT, arrisca perder a presidência do partido em abril.
De saída para entrar
Nas rodas políticas, há quem diga que o ex-ministro do Turismo Gastão Vieira está pronto para deixar o PMDB e se filiar ao Pros do ministro da Educação, Cid Gomes. Especialista na área educacional, Gastão é considerado uma aposta para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
“Esse apoio de Gilberto Kassab a Arlindo Chinaglia já estava no script. Não podia se esperar outra coisa de um prestador de serviços”
Do ex-deputado Geddel Vieira Lima, PMDB, sobre o apoio do PSD à candidatura de Chinaglia a presidente da Câmara.
Por falar em PSD…
A coordenação de campanha de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) considerou “fraco” o apoio do PSD a Chinaglia. Isso porque apenas dois deputados estiveram presentes no anúncio. “Numa eleição secreta, pelo menos 10 deveriam ter colocado a cara naquela foto”, comenta um peemedebista.
CURTIDAS
Só ouvidos/ O ministro da Defesa, Jaques Wagner, procurou o ex-ministro Nelson Jobim (foto), que ocupou a pasta no governo Lula e não fechou o primeiro ano do governo Dilma. Wagner é da linha de que não adianta ouvir quem só elogia. Afinal, não são esses que ajudarão a enxergar e a corrigir os possíveis erros de condução política.
Crítica não faltou/ Para quem não se lembra, Jobim não tem boas referências do primeiro governo da presidente Dilma. Ele foi demitido pela presidente em agosto de 2011, depois de a revista Piauí ter publicado declarações dele chamando Ideli Salvatti de “fraquinha” e se referir a Gleisi Hoffmann, então ministra da Casa Civil, como alguém que não conhecia Brasília.
Para compensar/ Nem só de críticos vive a agenda de conversas do ministro da Defesa. Ele tem aproveitado o mês para conversar com colegas de ministério. Já almoçou com Cid Gomes, da Educação, com Carlos Gabas, da Previdência. Aos poucos, vai conhecendo os seus colegas de Esplanada e formando um quadro geral do governo.
Fim do silêncio/ Todo o mundo político vai parar na terça-feira para ouvir o pronunciamento da presidente Dilma na primeira reunião ministerial do ano. A expectativa, entretanto, é a de que ela se limite a falar sobre a crise da água, com destaque para São Paulo, território dominado pelo PSDB. Quanto à energia, há quem acene com um discurso sobre “problemas passageiros” e sistema “robusto”. Se for assim mesmo, que Deus nos proteja.