Dilma e Sarney

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E Dilma sai da toca

Há alguns dias, o ex-líder do governo no Senado Romero Jucá (PMDB-RR) comentava numa roda: “Em política, quem não conversa erra muito. Quem conversa erra. Quem conversa com gente experiente erra menos”. A máxima foi adotada pela presidente Dilma Rousseff nesta temporada pós-manifestações. Ontem, tão logo saiu da sanção do Código de Processo Civil, o ex-senador José Sarney (PMDB-AP) se preparava para se despedir, quando ela o chamou: “Venha comigo, vou dar uma entrevista e, depois, conversamos”. Sarney assentiu. Então, Dilma virou-se para o ministro da Justiça: “Acompanhe o ex-presidente Sarney até a minha sala que eu já volto”, e seguiu para a entrevista.

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O gesto de Dilma demonstra vontade de auscultar o mais experiente político do país, o único sobrevivente da geração de 1930, que viveu todas as crises dos últimos 60 anos. Sarney exerceu a arte do diálogo e enfrentou altos e baixos na popularidade como poucos. É o que Dilma tem de mais experiente ao seu lado nesse momento para “errar menos”. E ela parece disposta a, inclusive, abrir as portas à oposição: “Para haver um diálogo, as duas partes têm que se mostrar dispostas. Eu estou”, respondeu, quando perguntada se chamaria a oposição. 

O bicho vai pegar

No mensalão, entre o governo Lula e o PT, os petistas salvaram o governo e refundaram o partido. Agora, com o tesoureiro João Vaccari Neto denunciado, os petistas parecem divididos sobre essas duas teses, mas há quem diga que o partido não tem escolha: a ordem é salvar o governo e, em relação ao partido, quem for sujo que se quebre.

Nem vem

Enquanto alguns peemedebistas sonham com novos ministérios e cargos no Poder Executivo, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) avisa: “Se ela (Dilma) acha que dar mais ministérios para o PMDB vai reduzir juros, inflação e corrigir a economia, está enganada. O problema não são cargos”, diz ele, que espera mais ação por parte do Poder Executivo. “Querem fazer isso para forçar o PMDB a votar o ajuste.”

Por falar em PMDB…

O partido entrega hoje, a Michel Temer, a própria proposta de reforma política. Quer sair na frente na discussão do tema a que todos recorrem quando a situação fica complicada — e que esquecem quando o quadro melhora.

Dever de casa em aberto

Os congressistas lembram que parte da lei anticorrupção aprovada depois das manifestações de junho de 2013 ainda não foi regulamentada. Portanto, essa deve ser a prioridade, e não outro pacote para ficar pela metade.

CURTIDAS    

Olho na balança!/ No corredor, ao sair da sanção do novo Código de Processo Civil (CPC), a presidente Dilma se vira para um assessor e comenta: “Vou colocar você numa dieta”. O assessor nada responde, apenas sorri. A presidente, então, comenta: “A gente tem que fazer dieta para não ter que tomar remédio”. Faz sentido.

Cadê?/ Aloizio Mercadante, o ministro da Casa Civil, que sempre está ao lado da presidente, sumiu nos últimos dias. Não foi à entrevista no domingo, tampouco na sanção do CPC. Depois de tantas críticas no meio político, há quem diga que ele resolveu mergulhar.Cada um no seu quadrado/ O secretário-geral da Presidência da República, Miguel Rossetto (foto), vai voltar a cuidar mais dos movimentos sociais e menos dos políticos. Na quinta-feira, ele encontrará representes das centrais sindicais para discutir as medidas provisórias do ajuste fiscal. 

Nem lá nem cá/ Ricardo Patah, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), que esteve ontem no Planalto, preferiu ficar de fora das duas manifestações: não foi nem em 13 de março nem no domingo. Ele quer guardar energia para negociar o ajuste fiscal. “Dilma demonstrou humildade hoje (ontem). Estamos dispostos a ajudar”, diz.

15 DE MARÇO

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 Antes & depois

O adiamento da votação da política de salário mínimo na semana passada deixará o governo com mais dificuldades para evitar a exclusão de aposentados e pensionistas. 

Há um sentimento geral na classe política de que, se as manifestações forem expressivas hoje, a tendência dos congressistas será fechar com os desejos da população e não com o governo. E a política do salário mínimo é apenas uma das propostas que podem virar um pesadelo, a depender deste divisor de águas, que responde pelo apelido de 15 de março.

O governo tem outras preocupações que considera mais urgentes do que a política do salário mínimo. A ordem para esta semana é investir na negociação das medidas do ajuste fiscal, de forma a não deixar para a última hora. As MPs perdem a validade 

em 2 de junho.  Ele & ela

Lula foi um dos maiores entusiastas da manifestação da última sexta-feira. Dilma era contra. E olha que, dizem alguns atores, Dilma sempre concorda com Lula. Só com uma diferença: faz só o que quer.

O peso de cada um

Quem conhece a presidente Dilma avisa que quanto mais os partidos fritarem o comandante da Casa Civil, Aloizio Mercadante, mais forte ele fica perante a chefe. O ministro é opção dela. Ela não só confia como briga por ele. Já Pepe Vargas, de Relações Institucionais, balança. Mas não cai.

Coordenação política, 

2ª temporada

A estreia da nova formatação do grupo encarregado de ajudar na área política será nesta segunda-feira. E a missão: as medidas provisórias do ajuste fiscal. Significa que não tem aquecimento, nem episódio morno. É ação logo na largada e sem direito a errar.

Vai uma assinatura aí?

Os deputados novos estão estupefatos com o que têm visto na Câmara. A última são “visitantes” que trabalham na coleta de assinaturas para projetos. Essas pessoas não são funcionárias da Casa nem terceirizadas. Elas se dispõem a ficar no corredores recolhendo assinaturas para apresentação de projetos. Nos projetos mais urgentes, o preço é de R$ 4 por rubrica. Nos menos importantes, entre R$ 2 e R$ 3. Nas proposições que precisam de 171 assinaturas, o sujeito leva, por baixo, R$ 684.PSB em litígio

Fracassou a tentativa de acordo entre o deputado Glauber Braga e o senador Romário pelo comando do diretório do Rio de Janeiro. Glauber, que hoje tem ascendência sobre o partido, tem dito que Romário terá assegurada a candidatura a prefeito do Rio, mas não dá para querer tudo.

CURTIDAS    

Dieta, eu?/ Dia desses, num restaurante que tem pratos especiais para a dieta Ravena, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu (foto), pediu um prato normal. “Ué? E a dieta?”. “Que dieta? Eu já casei!”. Calma, pessoal. A dieta não tinha o intuito de encontrar um noivo e sim afinar a silhueta para se adequar ao modelo do vestido. Faz parte.

Morra de inveja/ Num voo com a presidente Dilma Rousseff não foi muito diferente. Veio aquele lanchinho básico e frugal de quem tenta fazer as pazes com a balança e a ministra rejeitou: “Me traz uma coca-cola e um pão com manteiga, por favor”. Dilma, então, pergunta: “E pode?” Kátia, com ares de vitoriosa, saiu-se com esta: “A minha dieta acabou, presidenta”.

Qualquer semelhança… É mera coincidência / O repórter Paulo de Tarso Lyra conversou com o líder da Força Sindical encarregado de auxiliar na organização do protesto de hoje. Chama Carlos Lacerda, homônimo daquele que apoiou o golpe militar de 1964.

Atos & manifestos/ A situação chegou ao ponto que os aliados da presidente não se entendem sequer para um gesto de apoio dos governadores. Os do Nordeste, em sua maioria aliados do governo, estão combinando uma manifestação conjunta de apoio à presidente Dilma Rousseff, mas alguns petistas tentam abortar a iniciativa. A avaliação é a de que quem faz esse tipo de ato mostra que está enfraquecido. Aí um deputado pergunta: “E não está?”

PEPE NA CORDA BAMBA

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E Pepe paga o pato

Enquanto os políticos seguem triturando o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, Dilma Rousseff se convence de que não adianta deixar toda a articulação política palaciana nas mãos do seu partido. Assim como Lula, na crise do mensalão, chamou o deputado Aldo Rebelo para cuidar das Relações Institucionais — e depois o PTB de Walfrido Mares Guia e de José Mucio Monteiro —, Dilma tende a entregar o cargo de Pepe Vargas ao PMDB. No páreo, estão Henrique Eduardo Alves e o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha.

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Dilma pode ai ter deixado o grande aliado numa saia justa. O PMDB há tempos reclama maior participação na definição das políticas de governo. Porém, quer mais do que um simples despachante palaciano, com Mercadante na Casa Civil interferindo. Ainda que Dilma tenha expressado vontade de manter o seu principal ministro focado na área técnica, longe da articulação política, ninguém acredita nisso por causa do jeitão de Mercadante. Ocorre que o PMDB não pode hoje recusar essa ajuda ao governo que ajudou a eleger.

Palpite de quem entende

Ministros do Supremo Tribunal Federal que deram uma olhada nos pedidos de abertura de inquérito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, consideraram algumas peças frágeis. Dizem que não vai dar para denunciar alguém por “eu acho que…” ou “parece”. Muitos sairão dali inocentados. O problema é que o estrago político já está feito.

Por falar em STF…

O encontro de Dilma com o ministro José Antonio Toffoli ontem foi visto por alguns parlamentares como um recado de que o Planalto detém alguma ascendência sobre os julgadores da Lava-Jato. Toffoli já recebeu o apelido de “zagueirão da tia”. Pode não ser, mas é assim que os aliados viram a audiência num momento como esse.

Arrefeceu

O PMDB recuou uma oitava na sua escalada de ruptura. Sabe como é: com o governo e os partidos na berlinda, o 

melhor é não tear fogo.

Atitude é tudo

Os ministros palacianos e aliados do governo consideram fundamental a presidente vir como alguma mudança de peso no governo antes da manifestação de domingo. Assim, ajudará a amortecer as críticas, num momento em que o PSDB sobe o tom e anuncia que apoia a manifestação do próximo domingo.

Wagner, o curinga (do bem)

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, acompanhou a presidente Dilma Rousseff na viagem ao Acre para, juntos, discutirem o futuro e as fórmulas para sair da crise. Por enquanto, o ministro não sai da Defesa. Afinal, seria descobrir um santo para cobrir outro.

Doente? Ah, tá!/ Mal o ministro da Educação, Cid Gomes, comunicou que não iria ao Congresso ontem porque estava hospitalizado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, telefonou para o cardiologista Roberto Kalil para saber se o ministro falava a verdade. Kalil disse que o problema de Cid era uma forte sinusite.

Virou chacota/ Os deputados passaram o dia inteiro dizendo que o problema de Cid Gomes não era a sinusite. Era a falta de apetite para enfrentar o Congresso, depois da declaração sobre os “300 a 400 achacadores”. O que mais se ouvia era: “Cid tem cargo. E quem tem cargo tem medo”.

Olheiros/ Aguardava-se a criação de uma comissão de deputados para averiguar a saúde do ministro.

Companhias/ Alem do ministro da Defesa, Jaques Wagner, Dilma chamou a presidente do INSS, Elisete Berchiol (foto), para compor a comitiva na viagem ao Acre. Quis assim, fazer mais uma homenagem à mulher e à primeira servidora de carreira do instituto a ocupar a presidência. Geralmente, quem acompanha a presidente nessas viagens é o ministro da área, Carlos Gabas. 

MERCADANTE LEVA A CULPA

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Sobrou para Mercadante

Na reunião da bancada do PT ontem no Senado, foi diagnosticada uma disputa de poder dentro do Planalto, que tem como principal personagem o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. A avaliação é a de que, apesar das dificuldades que o governo enfrenta, ele evita que outros políticos se aproximem de Dilma Rousseff no intuito de reinar absoluto. 

Basta chegar algum político no Planalto para conversar com a chefe que Mercadante aparece. Na presença dele, quem deseja dar o verdadeiro tom da crise apenas à presidente se recolhe. Nesse clima, ninguém vai a lugar algum. Agora, os senadores do PT vão buscar conversas reservadas com a presidente, sem a participação 

do ministro.

PSDB 1 x 0 PT

Os dois partidos queriam usar o depoimento de Pedro Barusco na CPI com o objetivo de jogar o petrolão um no colo do outro. Diante das declarações do ex-gerente da Petrobras sobre João Vaccari Neto, o PSDB levou a melhor. A convocação do tesoureiro petista para uma acareação com Barusco e Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, é questão de tempo.

Cunha, a vacina

A data do depoimento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na CPI da Petrobras foi “milimetricamente” calculada de forma a ocorrer às vésperas da manifestação de 15 de março. Os aliados dele acreditam que se o presidente da Câmara for bem no depoimento, pode colocar o slogan “Fora, Eduardo” em segundo plano, ofuscado pelo “Fora, Dilma” e “Fora, Renan”.

Lula & Dilma

Em 2005, o então presidente Lula escapou de um desgaste maior contando com as ruas. Dilma, ao que tudo indica, não terá a mesma sorte por causa da crise econômica, em especial, o aumento de tarifas. Lula a aconselhou a rapidamente separar as estações petrolão e economia. Se continuar embolado como está, não terá conversa que dê jeito.

Por falar em ruas…

Dilma foi alertada pelos líderes que a manifestação de domingo promete lotar as ruas das principais capitais do país. Ciente dessa avaliação, Lula recomendou à presidente ouvir mais os aliados e refrigerar a coordenação política palaciana.

Dilma e os argumentos

A presidente aproveitou a reunião de líderes para se defender da história de que teria interferido na elaboração da lista do procurador-geral, Rodrigo Janot: “Como é que eu colocaria a Gleisi (Hoffmann) numa lista se ela foi minha ministra (da Casa Civil)?”, questionou Dilma.

Janela da negociação

O recuo do governo ao aceitar os 6,5% de correção da tabela do Imposto de Renda, ainda que escalonada, é visto como o primeiro passo para tentar amainar o clima beligerante na política. A conferir.

CURTIDAS    

Se André dançou…/ Primeira vítima da Lava-Jato no Congresso, o ex-deputado André Vargas, ex-PT-PR, o único a ter o mandato cassado, não figura entre aqueles que foram alvos de inquérito. Ontem, um petista lembrava: “Bem que ele dizia que era apenas o deputado da carona no jatinho. Imaginem agora o que não vai ocorrer com os demais”.

Temer e os gatos/ Um dos gatos pretos que vivem nas imediações do Planalto passou bem na frente de Michel Temer dia desses. Na hora, o vice-presidente parou. “Um gato preto”, disse, com o semblante preocupado diante do mau presságio. Na hora, a pessoa que estava com ele respondeu: “Fique tranquilo: quando passa da direita para a esquerda, é sinal de sorte”. O peemedebista soltou um: “Ufa, que bom”.

Maçonaria em campo/ A Loja Maçônica Santa Catarina convocou a “família maçônica” a participar da manifestação de 15 de março. “Combatemos a corrupção, a impunidade, defendemos a ética na política e a moralidade no trato da coisa pública”, diz o texto. Em momento algum, cita o afastamento da presidente Dilma ou a palavra impeachment.Enquanto isso, na CPI…/ O deputado Efraim Filho (DEM-PB) e o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), se elogiavam dizendo que os paraibanos não têm medo do trabalho, quando, de repente, o petista baiano Afonso Florence (foto) interveio: “Nós também não”. Motta, com a verve que lhe é peculiar, comentou: “E quem está dizendo o contrário? O partido não é ‘dos Trabalhadores?’”, ironizou. Florence estrilou: “Que o presidente não volte mais com essas pilhérias!”.

O PMDB NO CAMINHO DA RUPTURA

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No caminho a ruptura

 O pronunciamento em que a presidente não fez um “mea-culpa” sobre os problemas na economia e as conversas que giram apenas no sentido do sacrifício do outro — nunca do governo ou do PT —colocam o PMDB na trilha de um futuro rompimento com Dilma. Há quem diga que basta um empurrãozinho das ruas para que isso ocorra. A depender dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, o ingresso fundo nessa trilha não vai demorar. Daí, a conversa de Dilma com o vice-presidente Michel Temer, no sentido de se reaproximar do PMDB.

Antes tarde o que nunca?

Apesar de o Poder Executivo acenar com uma correção escalonada da tabela do IR de forma a beneficiar quem ganha menos, nenhum deputado apostava ontem na manutenção do veto ao reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda. Afinal, o Poder Executivo está ciente dessa perspectiva de derrota há mais de duas semanas e até aqui não tinha chamado ninguém a negociar. Deixou para a última hora e agora terá mais dificuldades em fazer valer a sua vontade.

Juntos e misturados

O episódio do petrolão vem sendo analisado pelos políticos como uma mistura de caso Collor com Orçamento: o primeiro pegou o Executivo. O segundo, os congressistas. O petrolão pegou os dois.

Santo de casa

O que antes era dito aqui e ali de forma isolada por líderes partidários, inclusive nesta coluna, agora contaminou a todos: ou o PT apoia o ajuste fiscal ou os líderes aliados não terão argumento para convencer os seus liderados a votar a favor das medidas do 

Poder Executivo. 

Janela para o diálogo

Fracassadas as conversas com os tucanos em torno de saídas para a crise política e econômica, o vice-presidente Michel Temer recebeu ontem o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), e o presidente da comissão encarregada de discutir a reforma política, Rodrigo Maia (RJ). O tema era reforma política, mas nesse clima de “vaca não reconhecer bezerro”, esse encontro pode ajudar a criar um canal de conversas mais adiante.

Sem clima

Diante das dificuldades entre governo e PMDB, a tendência é a presidente Dilma Rousseff esperar mais algum tempo antes de fazer o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves como novo ministro do Turismo. Esse capítulo deve ficar mais para frente, na fase da novela em que os atores começam a fazer as pazes e deixar de lado as rusgas que marcaram a trama.

Avestruz/ O senador Gladson Cameli (foto), um dos integrantes do PP a ser investigado por suspeita de participação no esquema da Petrobras, foi à tribuna e não deu uma só palavra sobre o caso. Comunicou que sobre esse tema falaria hoje. Esqueceu-se da famosa letra de Geraldo Vandré: “Quem sabe faz à hora não espera acontecer”.

Resumo da ópera/ Os tucanos resumem assim a situação: “Nos Estados Unidos, o pato manco é o presidente em final de mandato, ali, naquele período de dois, três meses. Dilma é um pato manco precoce, desgastada com dois meses apenas”, diz o deputado Marcus Pestana.

Mau agouro?/ Tem sido comum funcionários do Palácio do Planalto flagrarem gatos pretos passando zunindo nas imediações do edifício. Se brincar, daqui a pouco eles vão chamar uma mãe de santo para dar uma “limpada” na área.

Coisa de gente fina/ Alguns políticos dilmistas se referiram ao panelaço da noite de domingo como a “manifestação Le Creuset”, menção à grife francesa de panelas.

Apagão/ Pela primeira vez em 37 anos, o restaurante Piantella fechou as portas num dia útil, por falta de energia. Seus administradores entraram em contato com a CEB para chamar um técnico, mas nem se dispondo a pagar a taxa extra de R$ 70 para o serviço de emergência conseguiram resolver o problema. E o governo ainda tem coragem de dizer que nosso sistema elétrico é “robusto”.

Protejam a rainha!

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Protejam a dama!

Em conversas reservadas, ministros do governo têm dito que o procurador Rodrigo Janot forçou a mão ao inserir nos pedidos de inquéritos trechos que citavam a presidente Dilma Rousseff (aquele em que Paulo Roberto Costa afirma ter enviado recursos para a campanha dela de 2010, via Alberto Youssef, que nega. E, em segundo, aquele em que Youssef, sem apresentar qualquer elemento de prova, diz que ela sabia do esquema). Coube a Teori Zavascki colocar os pingos nos “is” ao dizer que não há o menor indício contra a presidente da República.

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Em tempo: a crítica do governo ao procurador está diretamente relacionada ao período delicado da política. 

Em conversas reservadíssimas, ainda que preliminares, oposicionistas têm colocado como condição para o fim da crise o afastamento da presidente Dilma Rousseff. E, embora não haja nada contra ela, a simples menção nesse momento pode ser avassaladora.

O peão e o bispo

Os peemedebistas reclamam do estrago a que foram submetidos, mas no público interno há quem diga que poderia ter sido pior, caso Fernando Soares, o Fernando Baiano, aceitasse a delação premiada. No caso do PT, o nome que pode promover mais estragos é o do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Ou seja, nem tudo está dito no que se refere à corrupção no governo e no parlamento, e tampouco todos os listados até agora podem ser desde já incluídos na lista de “culpados”. A crise está apenas começando.

Era praxe

Os advogados que agora vão ganhar muito dinheiro defendendo os políticos na Lava-Jato contam que “normalmente”, o Ministério Público ouvia os políticos antes de partir para os pedidos de abertura de inquérito, prática que muitas vezes evitava a exposição em casos sem comprovação ou com indícios frágeis para justificar uma investigação. Desta vez, não houve essa chance.

Vida de Pepe

Os líderes notaram: na reunião essa semana no Planalto, a presidente fez uma exposição, e passou a palavra a Nelson Barbosa, ministro do Planejamento. Depois, foi a vez de Aloizio Mercadante, da Casa Civil, falar da política. Pepe Vargas, de Relações Institucionais, não foi nem sequer citado pela presidente Dilma. A condução política está a cargo de Mercadante e do líder do governo, José Guimarães.

Sem defesa

Com o mandato cassado essa semana no TRE de Rondônia, o ex-governador Confúcio Moura (PMDB) terá dificuldades em obter uma ajudinha dos peemedebistas de Brasília em seu recurso para retomar o cargo. É que estão todos tão focados na Lava-Jato que ninguém tem tempo para mais nada.

Agora vai

Apesar do tumulto, a CPI da Petrobras tende a ser diferente das outras. Além das sub-relatorias, algo criado na CPI do Orçamento, a contratação da Kroll dará um ar de “não colocaremos nada para debaixo do tapete”, como tem repetido o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB).

CURTIDAS    

Insones…/ O presidente do Senado, Renan Calheiros (foto), tem dormido cerca de quatro horas por noite, assim como o da Câmara, Eduardo Cunha.

…e Furiosos/ O que Calheiros diz sobre o governo Dilma ruborizaria os mais afeitos ao palavreado chulo. Cunha, por sua vez, é direto: “Vou partir para cima”.

Joaquim na roda/ O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa foi destaque na festa de lançamento do site Fato Online essa semana em Brasília. Em sua mesa, houve filas para fotos e cumprimentos. Parecia até candidato a presidente da República. “Não sou filiado a partido político, eu não sei por que ninguém acredita, mas eu não sou candidato”, afirmou.

Mudança de hábito/ O ex-deputado José Aníbal (PSDB-SP), hoje suplente de José Serra no Senado, surpreendeu suas visitas essa semana, ao servir água e café em copos descartáveis. O que até bem pouco tempo era considerado meio grosseiro pelas elites paulistanas, hoje é praxe. Sabe como é, gasta-se litros e litros de água para lavar copos e xícaras.

Renan e Dirceu

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Renan não quer ser Dirceu

Como um dos mais influentes políticos que tiveram o nome envolvido na Lava-Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), age, a partir de hoje, de olho nos desdobramentos do mensalão e do calvário vivido pelo superpoderoso ministro da Casa Civil nos tempos do escândalo, José Dirceu. Abaixo do então presidente Lula, Dirceu era, na avaliação dos aliados de Renan, o mais poderoso dos enroscados no esquema. Agora, os amigos de Renan sentem que é o senador do PMDB de Alagoas que está nesse papel. Logo, pela lógica do Poder Executivo que prevaleceu no mensalão, agora seria de Renan o “pescoço” a ser oferecido à guilhotina, de forma a dar uma resposta à sociedade. Essa situação ele não aceita. Por isso, está possesso. E jogará com todas as armas que tem para sair desse canto do ringue. 

Esquisito

Os petistas ficaram atônitos com a menção feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao nome da presidente Dilma Rousseff, dizendo não ter competência para investigá-la. Para muitos, é sinal de alguém tentou envolver Dilma no processo por causa dos tempos em que era presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Ela ficou tão possessa quanto Renan.

A vingança de Paulo Roberto

Parte dos políticos do PP incluídos no rol de investigados da Lava-Jato vai usar como argumento político para alegar inocência o fato de não se relacionarem com os antigos controladores do partido — aqueles enroscados no mensalão e que agora estão no petrolão. Muitos acreditam terem sido incluídos apenas por pura vingança de Paulo Roberto Costa.

Sobe & desce

Com os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e Valdir Raupp incluídos nos pedidos de abertura de inquérito feitos por Rodrigo Janot deixa livre e à vontade para voar no Senado apenas o líder da bancada, Eunício Oliveira. Por isso, não será surpresa se a presidente Dilma Rousseff terminar se afastando de Cid Gomes, o ministro da Educação que já começou a criar problema com o Parlamento.

Governo na berlinda

Com os senadores petistas Humberto Costa (PE), Gleisi Hoffmann (PR) e Lindbergh Farias (RJ) incluídos no rol de investigados da Lava-Jato, o governo perde fôlego na defesa de seus projetos no Senado. Os três são os que mais ocupam a tribuna para responder a ataques da oposição, que teve apenas o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) inserido na listagem.

É apenas o começo I

As reclamações de Renan Calheiros sobre a falta de acesso às suspeitas que pesam contra ele no caso da Lava-Jato não têm sustentação. É que, na avaliação dos procuradores, a necessidade de acesso a tudo só ocorre quando o Supremo Tribunal Federal aceita o pedido de abertura de inquérito, o que ainda não tinha ocorrido até ontem. Isso significa que as excelências incluídas na lista ainda vão sofrer um longo desgaste pela frente. Afinal, agora começa apenas a investigação. Depois, virão as ações penais. 

É apenas o começo II

A perspectiva de o presidente da Camargo Corrêa confirmar que há algo de podre no reino de Belo Monte assusta o PT assim como a delação de Paulo Roberto Costa assustou o PP e colocou quase toda a bancada do partido no caminho do cadafalso.

CURTIDAS    

Maratona Lava Jato I/ Com a experiência de quem já viveu muitas crises e viu muitos passarem por apertos, o deputado Heráclito Fortes (foto), do DEM-PI, já tem seu veredicto para os envolvidos na Operação Lava-Jato: “Será uma morte lenta e dolorosa”.

Maratona Lava-Jato II/ Heráclito não deixa de ter razão. Os nomes anunciados estarão todos os dias na roda: uma testemunha que vai ali, outra acolá. E até se chegar a uma conclusão, lá se vão alguns anos.

Uma vez líder…/ Jandira Feghali, líder do PCdoB, reclamava da distribuição das comissões técnicas da Câmara, quando o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pegou o papel alheio: “O PMDB tem o direito…” Não conseguiu terminar a frase. “Epa! Quem fala pelo PMDB é o líder!” Leonardo Picciani, então, entrou em cena. 

Cargos da sorte/ A última CPI a contar com sub-relatores foi a dos Correios. José Eduardo Cardozo virou ministro da Justiça. Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro; ACM Neto, de Salvador, e Gustavo Fruet, de Curitiba.

Mudanças em gestação

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Embora os assessores de Dilma Rousseff sejam discretíssimos quando o assunto é troca de comando nos ministérios, o diagnóstico está feito: a equipe de governo, montada antes da posse dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, não tem conseguido transformar a ocupação de espaço no Executivo em votos no Congresso, nem sequer ampliado a capacidade de diálogo com os partidos. Nesse quadro, a saída de Pepe Vargas, mencionada há alguns dias como questão de tempo, deverá ser acrescida de outros nomes, uma vez que o time não esta conseguindo marcar gols. É nesse embalo que os palacianos encerram a semana em que a lista da Lava-Jato chegou ao Supremo Tribunal Federal.

Uma coisa e outra coisa

Ao longo da semana, muitos acharam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, havia “dilmado”, por causa de seu jeito mais afável com o governo. Nada disso. Ele, enquanto economista, tem dito a amigos que o pais precisa do ajuste fiscal.

Por falar em Cunha…

O gesto dele, de comparecer à CPI e se dizer pronto a prestar esclarecimentos, deixou todos os que vierem a ser enroscados nessa história com a obrigação de fazer o mesmo.

Tem aviso

Discretamente, alguns deputados e senadores são avisados da inclusão na Lava-Jato. Tudo para não saber pela imprensa.

Cid, o político

O alvo dos ataques especulativos de ontem e dos próximos dias é o ministro da Educação, Cid Gomes. Na política, ha quem repita dia e noite que não e possível ter um ministro que fala mal do Congresso e do partido do vice-presidente da Republica.

Cid, o gestor

As reclamações sobre Cid Gomes não se restringem ao universo da política partidária. Os parlamentares coletam informações sobre os problemas de caixa no FNDE, que, pela primeira vez em 15 anos, esta atrasando suas contas. O FNDE é considerado área de orgulho do governo.

Saraiva, o capataz

Os peemedebistas estão ansiosos com a perspectiva de levar o ministro à Comissão de Educação da Câmara. É que o colegiado será presidido por Saraiva Felipe, de Minas Gerais e do… PMDB.

Esqueceram justo dele…/ O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (foto), chegou cedo ao hotel para a reunião do PT com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Com andar firme e aquele ar de quem está sempre ocupado e com pressa, orientou os jornalistas de plantão no local a esperarem o fim do encontro e seguiu direto para o restaurante. Passada quase meia-hora, sai Mercadante, com ares de poucos amigos: “A reunião tinha sido cancelada por causa da votação da PEC da Bengala”.

…E deles/ O pior foi a equipe do ministro Levy. A assessoria só mandou um comunicado aos plantonistas sobre o cancelamento da reunião tempos depois de Mercadante deixar o hotel. Para alegria de bravos repórteres, Mercadante já havia avisado.

Esquentou geral/ A CPI da Petrobras ganhou o apelido de “octógono”, o palco das lutas de MMA. Ontem, o deputado João Gualberto, do PSDB da Bahia, gritava: “O PT só tem ladrão!” Jorge Solla (PT-BA), ex-secretário de Saúde do governo Jaques Wagner, ficou furioso e foi tirar satisfações: “Ladrão é você, que roubou quando era prefeito de Mata de São João!”. Os dois quase se engalfinharam.

CPI & mulheres/ Toda a CPI tem uma sempre uma bela dama. A de Cachoeira apresentou Andressa, a linda mulher do bicheiro. Como a da Petrobras ainda não apresentou nenhuma, os pedidos de convocação para prestar depoimento incluíram a socialite Val Machiori, aquela que voou com Aldemir Bendine, quando ele era presidente do Banco do Brasil. Dificilmente será aprovado.

Enquanto isso, no plenário da Camara…/ O ministro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, que há duas semanas havia se oferecido para abrir a lista de ministros a serem ouvidos pela comissão geral da Casa, foi tratado com toda a deferência e comparado ao ministro Cid Gomes (e a declaração dos 300 a 400 achacadores). O resultado foi que o Código de Ciência e Tecnologia ganhou urgência para votação.

Poder petista diluído

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A primeira atitude do presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), será criar hoje quatro sub-relatorias para auxiliar o trabalho do relator, Luiz Sérgio (PT-RJ):

1) Superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias no Brasil;

2) Constituição de empresas subsidiárias e de propósito específico pela Petrobras a fim de praticar atos ilícitos;

3) Superfaturamento e gestão temerária na construção de plataformas e navios; e

4) Irregularidades na Sete Brasil, venda de ativos da Petrobras na África e recuperação de ativos.

O PT não queria saber das sub-relatorias. Preferia ver Luiz Sérgio como senhor absoluto dos resultados. Agora, terá que compartilhar esse trabalho com o PSDB e com quem mais chegar. Em tempo: PT e PMDB já estão contemplados. Portanto, a tendência é colocar esses quatro cargos à disposição dos outros partidos, seguindo a mesma ordem de blocos usada para compor a Mesa Diretora.

Efeito colateral

Toda a legislação que facilitou a delação premiada usada por Sérgio Moro é resultante do pacote de junho de 2013, quando Renan Calheiros, para sair da pressão das ruas e do “fora Renan”, fez tramitar em tempo recorde o pacote anticorrupção. O plano inicial era analisar os projetos a conta-gotas.

Dilma em reprise…

A retomada do diálogo da presidente Dilma com a base aliada repete o mesmo remédio que ela usou em 2013, depois das manifestações de junho. Deu certo. O problema, avisam alguns líderes, é que a comandante só pensa em fazer política na hora do aperto.

… Renan em avant-première

O presidente do Senado, Renan Calheiros, por sua vez, está mais voltado para si mesmo e não para o conjunto do governo. “Ele vem da terra de Murici, onde fala mais alto o cada um por si. Sabe jogar e vai jogar”, avisam seus amigos.

Barrado no Planalto

O fotógrafo Ueslei Marcelino, da Reuters, teve a credencial de acesso ao Palácio do Planalto suspensa por causa de uma discussão com um dos assessores da Secretaria de Imprensa do Planalto (SIP). Para impedir que ele entrasse no prédio, estamparam uma foto do profissional de todo o tamanho na recepção com a expressão “Proibido”. A última cassação/suspensão de credencial palaciana havia ocorrido no período da ditadura militar.

Recordista/ O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque (foto) é quem tem mais pedidos de convocação e quebra de sigilo na CPI. São mais de 60.

Mensalão, o retorno/ O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) colocou Marcos Valério como um personagem a ser chamado a depor na CPI da Petrobras.

Cid na berlinda/ Os deputados deram o troco geral ao ministro da Educação, Cid Gomes,

que se referiu aos parlamentares como “400, 300 achacadores” em entrevista ao jornalista Josias de Souza. Falavam em voz alta para quem quisesse ouvir: “Ele leva a sogra para a Europa de jatinho e os achacadores somos nós?”

Vingança maligna/ Em conversas reservadas, alguns políticos comentavam na noite de terça-feira, a fatídica noite do listão do procurador-geral, Rodrigo Janot: “Qual o troco que vamos dar no Janot?”  

Sinais de Fraqueza

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Sinais de fraqueza

Em menos de uma semana, quatro ações demonstram uma presidente Dilma Rousseff com força limitada. Primeiro, a cobrança pública de ministros do STF sobre a nomeação do integrante que falta para completar o colegiado e a turma que analisará o petrolão. Segundo, as críticas públicas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao governo Dilma, fase 1. As outras duas foram protagonizadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, o maior ex-dilmista do pedaço.

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Da parte de Renan, veio a recusa em comparecer ao jantar que ela ofereceu à cúpula do PMDB. Por último, a devolução da medida provisória que tratava da desoneração da folha de pagamento. Renan quis dar uma aula política ao governo Dilma Rousseff: não dá para a presidente e sua equipe passarem uma semana discutindo a necessidade de debater as medidas antes de enviá-las ao Congresso e, em seguida, baixar uma MP que aumentava impostos sem comunicar nada a ninguém.

Quem tem medo da UTC?

Uma parcela expressiva de políticos da Bahia tem calafrios só de ouvir falar da hipótese de delação premiada dos empreiteiros da UTC, a empresa que virou gigante a ponto de comprar a Constran.

Não precisa explicar…

Enquanto aguardavam o listão de Rodrigo Janot, políticos reclamavam ontem que Renato Duque, o ex-diretor da Petrobras ligado ao PT, ficou pouco tempo na cadeia, enquanto outros diretores e empresários permanecem. Na iminência da divulgação da lista, suspeitavam de proteção aos petistas.

Dos males,

o menor

Petistas estão dispostos a aconselhar o ex-ministro Paulo Bernardo a comparecer logo para depor nos inquéritos da Lava-Jato. Desde que foi arrolado como testemunha de defesa de Ricardo Pessoa, da UTC, o partido teme que ocorra com o paranaense o que houve com João Vaccari, que acabou na tal condução coercitiva.

Pepe, o enquadrador

Pelo menos em duas das inúmeras reuniões sobre as medidas de ajuste fiscal, o ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, tem dito aos aliados que não se preocupem porque “o PT a gente enquadra” para votar as propostas do governo. Até aqui, o “enquadramento” está bem tortinho.

CURTIDAS    Easy rider/ O ministro da Previdência, Carlos Gabas (foto), estava reunido com a bancada do PP para explicar as medidas do ajuste fiscal, quando foi chamado ao Palácio da Alvorada. Prontamente, pediu aos deputados que fossem objetivos nas perguntas para que ele pudesse sair. Um deputado brincou: “Vai logo, ministro, porque lá é dura”. Gabas sorriu: “Pode ficar tranquilo, chegarei rápido, vou de moto”. Foi uma risada geral.

Codinome/ “E aí? Falou com o ‘Sheik’?”, pergunta um deputado ao colega. “Não consegui ainda”, responde o interlocutor. Diante do ar de desentendido de quem ouvia a conversa, eles esclareceram: é assim que os deputados chamam agora o presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Virou o homem do petróleo.

Cochilo da zaga/ O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) fez um duro discurso contra o governo na Câmara. Era meio da tarde. Não houve um governista para tomar a defesa do Planalto.

Depois da lista…/ Quem viveu os grandes escândalos envolvendo políticos ensina: “Ninguém sai igual de um processo de investigação, seja governo, seja oposição. Sempre tem a ganhar ou a perder”.