O pulo do gato da CPI da Covid: O risco do instala, mas não funciona

Publicado em CPI da Covid

Além do alcance da CPI da covid-19, a ser debatido na sessão de hoje, em que será lido o requerimento para a instalação da comissão parlamentar de inquérito, vem por aí uma outra polêmica: O perigo de se instalar uma CPI e ela não funcionar, como ocorre hoje com as CPIs das Fake news e a da Chapecoense. Ambas simplesmente estão paradas, porque, em tempos de pandemia, está difícil realizar sessões presenciais desses colegiados. Aliás, esse é um dos motivos para que os senadores aliados ao governo exijam que tudo seja feito de forma presencial.

Nesse sentido, o líder do governo, Eduardo Gomes, por exemplo, lançou a ideia de que apenas senadores vacinados contra a covid possam integrar o colegiado, o que impediria a participação dos mais jovens, no caso, Randolfe Rodrigues, autor do pedido de CPI, e Alessandro Vieira, que também pediu a investigação. Ambos têm menos de 50 anos e não foram vacinados, informação que o leitor da Coluna Brasília-DF pôde ler hoje mais cedo.

Enquanto os partidos se dividem sobre como deve funcionar a CPI e os governistas traçam estratégias para tentar levar alguma vantagem dentro do colegiado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, definiu que fará apenas uma CPI. É que, pelo regimento, não cabe aos senadores investigarem os estados e municípios. Porém, nada impede, por exemplo, que no decorrer das investigações, os senadores investiguem repasses federais a unidades da federação. Essa, aliás, deve ser um dos primeiros embates dentro do colegiado, caso os senadores façam com que a CPI funcione, marcando uma diferença para as outras duas já instaladas na Casa. Aguardemos a sessão do Senado.