O tucano Geraldo Alckmin caminha para ter a maior aliança dos presidenciáveis. Ele acaba de obter maioria entre os partidos de centro reunidos em São Paulo. Pelo menos duas legendas, DEM e PP, têm hoje um número maior de líderes interessados na parceria com o PSDB do que com Ciro Gomes. E, para não deixar o PR de fora, está em curso uma negociação para fazer de Josué Alencar, filho do ex-presidente José Alencar, vice na chapa de Alckmin. Se Josué aceitar, Alckmin marca um golaço. É um nome que Lula não poderá atacar, porque, afinal, José Alencar, pai de Josué, foi o vice do ex-presidente por oito anos. O próprio Josué foi cogitado para candidato a vice inclusive na chapa do PT.
O que leva os partidos a Geraldo Alckmin é mais o quadro de incerteza diante de Ciro Gomes do que propriamente uma certeza da vitória do tucano. Ciro, embora esteja um “anjo”, na avaliação e integrantes do PP e do DEM, não é considerado um aliado fiel. “Um belo dia, ele acorda da pá virada e nos ataca sem a menor cerimônia, porque éramos aliados do governo Temer. aí não dá”, diz um deputado do PP. O DEM tem um grupo majoritário pró-Alckmin e o PRB também. O DEM, por sua vez, quer fazer de Rodrigo Maia novamente presidente da Câmara no ano que vem, algo que o PDT de Ciro Gomes resistia a garantir. Além disso, nos estados, esses dois partidos têm muito mais afinidades com o PSDB do que com o PDT de Ciro Gomes, que tende a obter o apoio do PSB. Nesse quadro, quem caminhará para o isolamento é o PT de Lula.
quem trabalhou e muito para esse apoio do blocão de Centro a Alckmin foi o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Recolhido em Minas Gerais, ele atuou ativamente nos bastidores, especialmente, nos contatos com o presidente do DEM, ACM Neto, e do PP, Ciro Nogueira. No PP, quando alguém pergunta se o partido fechou mesmo com Geraldo Alckmin, a resposta tem sido: “Ainda não, vai fechar. E detalhe para a vírgula. Nesse caso, faz diferença”.