Enquanto personalidades das mais diversas áreas lançavam a carta em defesa do estado democrático de direito em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro relatava a aliados a conversa que teve com o futuro presidente do Tribuna Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Bolsonaro disse aos políticos que ele e Moraes conversaram por mais de uma hora, quando Moraes foi ao Planalto entregar o convite para a sua posse. No encontro, Bolsonaro se colocou om um defensor das liberdades democráticas, de imprensa e do estado de direito. “Foi muito melhor do que eu esperava”, comentou um aliado de Bolsonaro. O presidente ainda presenteou Moraes com uma camisa do Corinthians e confirmou que irá à posse do ministro na semana que vem, no TSE.
A esperança dos aliados de Bolsonaro é que o presidente se mantenha no modo de distensionamento daqui para frente, de forma a amortecer o clima de “diretas já” que os petistas tentam empreender no período eleitoral. Muitos têm dito a Bolsonaro que a parte da direita mais radical ele já tem e que é hora de caminhar mais para o centro, em busca daqueles eleitores que lhe deram a vitória em 2018, mas que agora se afastaram. Lula, cujo partido perdeu os eleitores que lhe garantiram a vitória no passado, já entendeu essa necessidade e conquista dos votos de centro, tanto é que tem colocado o ex-governador Geraldo Alckmin em destaque nas agendas com o empresariado e segmentos mais conservadores. Agora, com os gestos de convivência harmoniosa entre os Poderes, e a presença na posse de Alexandre de Moraes na semana que vem, os políticos ligados ao presidente esperam empatar esse jogo. O próximo teste, depois da posse de Moraes, será o Sete de Setembro.