Em 30 anos, a quantidade de pessoas diagnosticadas com demências mais que dobrou no Brasil. E a tendência é de que esse fenômeno tome proporções ainda maiores. Até 2050, a doença de Alzheimer, tipo mais comum de demência, pode quadruplicar na população brasileira caso não sejam adotadas medidas efetivas de prevenção.
O cenário foi traçado por pesquisadores de universidades do Brasil e da Austrália em um estudo divulgado nesta semana, na Revista Brasileira de Epidemiologia. A equipe analisou dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), realizado em 2015 e 2016, e questionários respondidos por 9.412 adultos com ao menos 50 anos. A investigação também mostrou que, no Brasil, a proporção de pessoas com Alzheimer aumentou 127% em três décadas.
O Alzheimer é o tipo mais comum de demência, responsável por aproximadamente 70% dos casos, e tem o envelhecimento como fator de risco. Na amostra analisada, a probabilidade de diagnóstico do Alzheimer aumentou 11% para cada ano a mais vivido.
Natan Feter, um dos autores do estudo e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas e da Universidade de Queensland, enfatiza que, considerando o processo de envelhecimento da população brasileira, as autoridades precisam olhar com atenção para os dados obtidos.
“Esperamos que os gestores, políticos e profissionais da saúde possam usar essas informações para ajudar a melhorar a qualidade de vida de pessoas com doença de Alzheimer no Brasil”, enfatiza Feter, em entrevista à Agência Bori. Há atualmente no país cerca de 30 milhões de idosos, o equivalente a 14% da população. A estimativa do IBGE é de que, em 2060, 25% da população tenha 60 anos ou mais.
A pesquisa também sinalizou demandas psicológicas entre os idosos com Alzheimer. Os ouvidos pelos cientistas relataram quadros de solidão, depressão e tristeza. Feter conta que dois em cada três disseram se sentir deprimidos ou tristes na maior parte do tempo.
O abandono familiar e o sentimento de inutilidade estão entre as principais causas de depressão em idosos. Como as demências tendem a ser debilitantes, é esperado que os pacientes comecem a desenvolver quadros depressivos. Há ainda a possibilidade de a depressão ser um fator preditivo do Alzheimer e da doença de Parkinson. Por isso, a importância de estar atento à saúde mental dos idosos, alertam especialistas.
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