Hipertermia, um balde de água fria no verão

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Foto: Monique Renne/CB

A capacidade do corpo de manter a temperatura vai caindo ao longo do tempo. A quantidade de água e de glândulas que produzem suor também. Por isso, idosos ficam mais vulneráveis nas épocas do ano em que os termômetros registram números exagerados. Como agora, no verão. Estamos na temporada em que os mais velhos correm risco de ter hipertermia, quando não conseguem eliminar todo o calor que absorvem e podem sofrer complicações graves, como convulsões e delírios.

Segundo geriatras, dois cuidados são essenciais para evitar o problema: controlar a exposição ao Sol e manter o corpo hidratado. No primeiro caso, o uso de protetor solar e de acessórios, como boné e óculos escuros, é obrigatório. “Os idosos também devem evitar a exposição nos períodos de maior radiação solar. Das 8h às 10h e depois das 16h são horários mais recomendados”, diz Renato Bandeira de Mello, diretor científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

O médico também lembra que a pele do idoso é mais frágil. Dessa forma, queimaduras e insolação ocorrem com facilidade. Usar um protetor com fator de proteção superior a 50 e priorizar os locais com sombra ajudam a evitar o problema. Além das complicações pontuais, há o risco de câncer de pele. “Ele não some na velhice. É ideal manter os 15 minutos de exposição diária por conta da produção de vitamina D, mas com cuidado. Aqui em Brasília, dá para tomar Sol até depois das 18h”, sugere Randara Rios Iwace, geriatra do Hospital Brasília e da clínica IMOV (Instituto de Medicina do Movimento).

Hidratação

Com relação à hidratação, a regra básica é tomar ao menos um litro e meio de líquidos por dia. Segundo a médica geriatra, com sucos, frutas, chás e gelatina fica mais fácil chegar a essa quantidade mínima. “Também ajuda ter por perto uma garrafa de água e ir tomando aos poucos ao longo do dia”, ensina Randara Rios Iwace. Vale ainda ficar atento aos principais sintomas da desidratação: excesso de sede, confusão mental, irritabilidade e sonolência. No caso da hipertermia, além desses sintomas, ocorrem contraturas musculares, câimbras, vômito, dor de cabeça, tontura e excesso ou falta de suor.

Dentro de casa, problemas com a regulagem da temperatura corporal podem ocorrer principalmente pelo uso descuidado do ar-condicionado e pelo banho quente. Se o idoso sofre uma mudança brusca de temperatura, ao sair imediatamente de um lugar refrigerado para as ruas quentes da cidade, por exemplo, ele pode sofrer um choque térmico. “É preciso desligar o aparelho um pouco antes e não exagerar na temperatura do chuveiro”, ensina a médica geriatra.

Carmen Souza

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