Sugar daddy e sugar baby não são uma invenção tão moderna assim. Segundo historiadores, existem há muito tempo relacionamentos entre uma pessoa mais velha e/ou com boas condições financeiras e outra mais jovem que busca benefícios (dinheiro, conforto, presentes, luxo, viagens, status social etc.).
Das gueixas japonesas do século 18, cuja função era fazer companhia e entreter homens ricos (geralmente sem relações sexuais), às mulheres que se tornavam companheiras de soldados estrangeiros na Segunda Guerra, os exemplos são vários.
Nas últimas décadas, porém, foram cunhados, nos Estados Unidos, os termos sugar daddy e sugar baby. Os termos se popularizaram ainda mais nos últimos 10 anos, quando começaram a surgir sites de relacionamento especializados em unir sugar daddies e sugar babies. Isso fez com que o fenômeno se ampliasse e se popularizasse em outros países, inclusive no Brasil, dando origem até a personagens de novela.
Agora, um estudo da Universidade do Colorado em Denver (EUA), publicado na revista Sociological Perspectives, busca desvendar que tipo de relacionamento é esse. A socióloga Maren Scull entrevistou 48 sugar babies americanas e descobriu que há muitos tipos de “relacionamentos sugar”. Segundo ela, há pelos menos sete tipos (corre lá pro final do post se quer ver logo quais são).
Uma possível tradução para os termos sugar daddy e sugar baby seria “papai de açúcar” e “bebê de açúcar”. No Brasil, porém, os termos usados são os termos em inglês mesmo. As expressões já trazem dicas importantes sobre os aspectos gerais dessas relações.
O uso das palavras papai e bebê mostra que há, geralmente, uma considerável diferença de idade entre as duas partes. Já a palavra açúcar sinaliza que o objetivo é um relacionamento prazeroso e sem muito estresse. Há um acordo do casal e, além disso, um não cobra muito do outro nem costuma alimentar maiores expectativas.
Com o tempo, percebeu-se que as combinações homem rico/mulher jovem ou homem rico/homem jovem não eram as únicas. Muitas vezes, o lado mais velho e endinheirado da relação é uma mulher. E então surgiu o termo “sugar mommy”, ou mamãe de açúcar.
Para a socióloga Maren Scull, porém, essa descrição é apenas a ponta do iceberg. “Como uma pesquisadora que estuda comportamentos fora dos padrões, eu sabia que esses relacionamentos deviam ter muitas nuances”, explica a autora, em um comunicado emitido pela Universidade do Colorado.
Ao entrevistar as 48 sugar babies que colaboraram com a pesquisa (todas elas moradoras dos Estados Unidos e que se relacionavam com homens), ela confirmou sua hipótese, vendo que há diferentes formas de dois sugars se relacionarem.
Ela descobriu, por exemplo, que 40% das entrevistadas nunca tinham feito sexo com seus sugar daddies e que muitas sentiam uma real conexão afetiva com seus benfeitores. Por isso, a socióloga não concorda com a ideia de que os relacionamentos sugar são apenas um sinônimo de prostituição.
“Quando colocamos os relacionamentos sugar no mesmo grupo da prostituição, ignoramos que são frequentemente orgânicas e envolvem conexões emocionais verdadeiras. E muitas das mulheres não buscavam um benfeitor. Elas só acabaram conhecendo alguém que queria cuidar delas. Esses relacionamentos podem durar décadas”, afirma.
A variedade de experiências foi tanta que ela sentiu a necessidade de organizar as histórias.”Eu não tinha a intenção de criar uma tipologia. Mas vi tanta variedade que precisei destacar as nuances e formas que as relações sugar podem ter”, diz.
Vejamos, então, os sete tipos que ela encontrou.
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