E se o melhor exercício estiver sobre os lençóis da cama? O sexo, além de prazer e intimidade, também pode ser entendido como uma forma de atividade física. Durante a relação, o corpo entra em movimento, acelera os batimentos cardíacos e consome energia, fatores que se aproximam do que ocorre em um exercício moderado.
Vale ressaltar que a relação entre gasto calórico e relações sexuais ainda não apresenta um consenso científico fechado. Segundo o nutricionista esportivo e ortomolecular Fernando Castro, a intensidade da atividade sexual é tão variável quanto um treino na academia.
“De forma geral, pesquisas indicam que uma relação sexual gasta em torno de 3 a 7 kcal por minuto, o que coloca essa atividade próxima a uma caminhada leve ou moderada. Mas, claro, se a relação é mais intensa, com maior frequência de movimentos, aumento da duração e uso de posições mais exigentes, o gasto pode subir consideravelmente”, explica Fernando.
Os principais fatores que influenciam a perda de peso são duração e intensidade. “Posições diferentes também fazem diferença: aquelas em que a pessoa sustenta o próprio peso ou se movimenta mais geram um gasto maior do que posições mais passivas”, salienta o especialista.
Se você quer gastar calorias enquanto busca o prazer, Fernando exemplifica as posições mais indicadas: em pé, ajoelhado ou que exijam estabilidade de core — movimentos que elevam o consumo energético. Já na hora do orgasmo, existe um pequeno pico de gasto energético — que dura pouco tempo comparado com o esforço total da relação, no entanto.
Entre o penetrante e o penetrado, aquele que penetra geralmente gasta mais energia ao assumir posições que exigem maior esforço físico. “Mas essa diferença não é universal, depende muito da dinâmica do casal”, acrescenta o nutricionista. “Quem está mais ativo fisicamente – sustentando peso, movimentando quadril ou mantendo posturas de esforço – tende a gastar mais.”
Segundo o o personal trainer e especialista em fisiologia do exercício Daniel Dionísio, o gasto energético depende, principalmente, da intensidade e da duração da relação. Encontros curtos e intensos tendem a queimar mais calorias por minuto, mas relações longas, mesmo com pausas, podem gerar um gasto maior no total. “O fator determinante é sempre isso: tempo e intensidade”, resume.
Ainda não há consenso científico sobre a quantidade exata de calorias queimadas durante o sexo, já que isso varia de acordo com peso corporal, posição e intensidade. No entanto, algumas pesquisas indicam médias: em uma relação de 25 a 30 minutos, homens podem gastar de 100 a 150 calorias, enquanto mulheres queimam entre 70 e 110.
Embora Fernando diga que o sexo pode sim ser comparável a atividades leves — como caminhada ou alongamento, e até a um treino moderado em alguns casos —, o ato dificilmente substitui a regularidade e os benefícios estruturados de uma prática esportiva. “Sexo ajuda, mas não dá para jogar a esteira fora”, brinca.
As diferentes fases da relação também influenciam no gasto. “As preliminares costumam ter um gasto menor, porque envolvem menos esforço físico. Já a penetração, especialmente em posições mais ativas, em pé, que exigem mais do corpo, representa o maior consumo energético. O pós-sexo é mais relaxamento e praticamente não contribui”, afirma Dionísio.
De acordo com Fernando Castro, também é importante destacar as diferenças entre uma relação sexual e um treino em uma academia, por exemplo. “O sexo não é, em sua essência, uma atividade feita para contar calorias. É um momento de prazer, de intimidade, de relaxamento. Diferente da atividade física, que para trazer benefícios à saúde precisa de constância, ritmo e intensidade bem definidos, no sexo não existe essa régua. Se fosse possível conduzir a relação sexual com essa mesma lógica de treino – frequência, intensidade e progressão –, ela poderia até substituir parte de uma atividade física leve. Mas essa mensuração é justamente a parte mais complicada”, diz.
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