Por Yasmin Rajab e Cecilia Sóter
Camisinha, DIU, diafragma, anticoncepcional… Atualmente, existem diversas opções de métodos contraceptivos que as mulheres podem adotar para evitar uma gravidez indesejada. No entanto, também são muitas as dúvidas na hora de escolher qual será adotado, principalmente com relação aos efeitos colaterais.
A médica ginecologista e obstetra Lorrainy Rabelo esclarece que os contraceptivos são divididos em três grupos: os que não possuem nenhum tipo de hormônio, como o DIU de cobre com prata; métodos com progestagênio, como o DIU de mirena; pílulas orais de progesterona e o injetável trimestral; e os métodos combinados, que tem progesterona e estrogênio, que são as pílulas convencionais, injetáveis mensais, anel vaginal e adesivos.
Ao optar por um anticoncepcional, a especialista alerta que é recomendado passar por uma consulta médica. “É indispensável realizar uma consulta, com anamnese [diálogo com o paciente para lembrá-lo de fatos que podem estar relacionados ao quadro de saúde] muito bem feita do histórico familiar, presença de doenças, usos de medicamentos, para direcionar a melhor escolha do método anticonceptivo”, explica.
Lorrainy acrescenta que todos os métodos contraceptivos têm indicações e contraindicações previstas em um manual da Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de minimizar os riscos de futuros problemas de saúde nas pacientes.
“Temos os critérios de elegibilidade previstos em um manual de anticoncepção publicado pela OMS, então é necessário seguir esses critérios rigorosamente. Na presença de enxaqueca, históricos de trombose, uso de algumas medicações anticonvulsivantes, históricos de patologias uterinas ou intrauterinas, tudo isso deve ser abordado”, alerta.
Na prevenção da gravidez, a médica explica que todos os métodos aprovados pela OMS são seguros, mas todos têm índices de falhas.
Casos de trombose e AVCs
Rabelo explica que a ocorrência de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e eventos trombóticos tem risco relacionado aos métodos contraceptivos que contém estrogênio.
“Esse risco está intimamente relacionado ao uso do estrogênio que pode influenciar nos mecanismos pró-trombóticos. Por isso, a paciente que tem maior risco para esses eventos é contra indicado o uso do hormônio”, explica.
Peso x inchaço
Uma das grandes preocupações de quem faz uso do anticoncepcional é o aumento de peso. Lorrainy esclarece que o único que tem aumento comprovado de peso é o anticonceptivo trimestral composto por medroxiprogesterona (uma molécula usada em contraceptivos hormonais).
Espinha
A especialista ressalta que os anticonceptivos podem melhorar a pele, visto que o estrogênio presente nesses medicamentos possuem benefícios.
“Quanto maior a dose de estrogênio no anticonceptivo, melhor são os benefícios na pele, como a melhora de espinha e oleosidade.”
Libido
De acordo com a ginecologista, “todos os anticoncepcionais que tem passagem oral e passagem hepática aumentam uma proteína que se chama SHBG, que se liga a testosterona, que é o hormônio relacionado ao desejo sexual, isso impede que ele tenha uma função efetiva”.
Entretanto, a médica explica que não são todas as pacientes que se queixam da perda de libido ao fazer uso de anticoncepcional.