Desencane! Você tem uma vagina normal

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Cara leitora, por acaso você perde o sono se perguntando se tem uma vagina normal? Se sim, desencane. Sua vagina é normal sim. Como eu sei? É porque não existe um padrão do que pode ser considerado normal ou anormal quando se trata da genitália feminina. É o que aponta a maior pesquisa já feita sobre o tema, recentemente publicada na revista especializada BJOG: An International Journal of Obstetrics and Gynaecology.

Conduzido pela médica Anne Kreklau, do Cantonal Lucerne Hospital, na Suíça, o estudo contou com a ajuda de 657 mulheres, com idades entre 15 e 84 anos, que toparam ter a vulva (área externa do órgão genital feminino, que inclui os pelos e os grandes e pequenos lábios), a vagina (canal interno que termina no útero), o clitóris e outras áreas medidos pela equipe do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do hospital. O resultado: a variedade das medidas é tão grande que se torna impossível apontar um padrão que seria considerado normal. Em outras palavras, não existe essa coisa de “vagina normal”, só existem vaginas de todos os tipos, tamanhos e formas.

Você quer números? Pois não. O comprimento dos pequenos lábios das voluntárias variou de 4,3cm a 10cm. Já o tamanho do clitóris foi de 0,05 a 3,4cm. E a abertura vaginal alcançou de 0,6cm a 7,5cm. Um detalhe: todas as mulheres eram caucasianas (brancas), ou seja, se outras etnias forem incluídas, a diversidade deve ser ainda maior, apontam os pesquisadores.

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Por que estudar a “vagina normal”?

Os pesquisadores explicam no estudo que faltam dados precisos sobre o tema, que se torna relevante dado ao crescente número de cirurgias estéticas vaginais.

As cirurgias plásticas genitais, como as que reduzem o tamanho dos pequenos lábios, são uma febre no mundo todo, sendo que o Brasil se tornou campeão na realização de tal procedimento. E estudos apontam que a maior parte das mulheres busca o procedimento motivada apenas por pressões estéticas.

Leia também: “Clareamento do pênis: a cobrança por um órgão sexual ‘perfeito’ chegou aos homens?”

Um levantamento também publicado na BJOG apontou que quase a totalidade das mulheres que buscaram o Serviço Nacional de Saúde dos Estados Unidos para fazer a redução dos pequenos lábios não tinha nenhuma necessidade de realizá-la. Das 33 pacientes entrevistadas no estudo, apenas três apresentavam uma assimetria entre os dois lados que podia ser corrigido por meio de cirurgia, mas nenhuma apresentava um problema real de saúde.

Humberto Rezende

Jornalista desde 1997.

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