O kit anti-homofobia gerou polêmica. De um lado, o Ministério da Educação. O MEC prega a importância de falar em diferentes orientações sexuais pra promover a tolerância. De outro, o Congresso. A bancada religiosa e parlamentares contrários ao projeto botaram a boca no mundo. “A obra estimula o homossexualismo”, disseram eles. O pega pra capar chegou ao Planalto. Com a palavra, Sua Excelência a presidente da República.
Dilma Rousseff pensou, pensou e pensou. Por fim, decidiu:
— Xô, kit!
Na sociedade, como na natureza, nada se perde. Tudo se aproveita. O bate-boca pôs nas manchetes o prefixo anti-. Deputados, senadores e jornalistas precisaram aprender as manhas da dissílaba. Quando ela pede hífen? A resposta: anti- joga no time dos comuns. Obedece à regra da maior parte dos irmãozinhos. Pede hífen em duas oportunidades. Uma: quando seguida de h. A outra: quando duas letras iguais se encontram. No caso, o i (vogal com a qual termina o prefixo). No mais, é tudo colado: anti-homofobia, anti-humano, anti-imperialismo, anti-interrogatório, antiético, antirregional, antissistêmico.
Lembre-se: com o anti & cia., impera comportamento pra lá de explorado pelos psicólogos. Qual? Os iguais se rejeitam. Os diferentes se atraem.
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