Milton Moreira adora entrevistas. Não se interessa tanto pelo que as pessoas dizem. Mas pelo jeito de dizer. Ultimamente uma moda lhe vem chamando a atenção. É o ‘acho que’. Perguntaram a Rita Camata:
— A senhora pode ajudar José Serra?
— Acho que sim, respondeu ela.
Interrogaram Parreira:
— Ainda há tempo para o entrosamento do time?
— Acho que sim. O entrosamento depende de treinamento.
Protegei-nos, Senhor! O ‘acho que’ tira a seriedade do enunciado. Com a duplinha, a afirmação vira achismo. Perde a consistência. Não convence. Dá a impressão de que o falante quer fugir da responsabilidade.
Compare:
— A senhora pode ajudar José Serra?
— Claro que sim.
— Ainda há tempo para o entrosamento do time?
— Com certeza.
É isso. Ser afirmativo faz a diferença.
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