O objeto de desejo de autores, editores e leitores? É a Festa Literária Internacional de Paraty — Flip para os íntimos. São cinco dias de pura animação. A 7ª edição termina hoje. Até o fim do dia, 20 mil pessoas terão circulado pela charmosa cidade fluminense. Nada menos que 34 escritores nacionais e estrangeiros terão feito e acontecido. Não terão faltado exposições, lançamento de livros, mesas-redondas e bate-papos com adultos e crianças. Entre as pratas da casa, Chico Buarque e Ângela Leite.
Manuel Bandeira foi o grande homenageado. O poeta caiu na boca do povo. Mereceu a palestra de abertura do evento, venda de obras inéditas, declamações e declamações de poemas pra lá de conhecidos. O mais badalado: “Vou-me embora pra Pasárgada”. Lembra-se dele? Ei-lo:
Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada.
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Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive
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E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d´água. Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada
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Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcaloide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar
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E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada.
Por falar em Pasárgada…
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