Hoje é o Dia dos Namorados. Sorrisos, troca de olhares, palavras desvairadas conquistam alvará de soltura. Com o fogo que queima sem se ver, a censura abre as portas da liberdade. Adolescentes e marmanjos se equiparam. Albert Einsten, o gênio da física, virava bobo ao escrever pra amada. Falava no diminutivo como as mães falam com os bebês de fraldas. Queridinha, sapatinho, comidinha, aguinha & cia. insensata sobressaem em cartas e bilhetes.
Fernando Pessoa, que entendia mentes e almas, sintetizou a voz do coração: “Todas as cartas de amor são ridículas. / Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. / Também escrevi em meu tempo cartas de amor, / Como as outras, ridículas. / As cartas de amor, se há amor, / Têm de ser ridículas. / Mas, afinal, / Só as criaturas que nunca escreveram / Cartas de amor / É que são ridículas”.
Quem foi ridículo sente saudade, mas não desiste. Lembra Vinicius, para quem “o amor é infinito enquanto dura”. Quem nunca foi vai atrás. Sabe que o amor está ao lado. Basta olhar. Afinal, no duro, no duro, todos os dias são dia dos namorados. A história de Marte e Vênus não deixa dúvida.
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