Viagem de avião

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Viajar é bom? É. A euforia começa no preparo da mala. Ao escolher roupas para este ou aquele lugar, damos asas à imaginação. Sonhamos realidades diferentes das vividas no dia a dia. A rotina fica pra trás. Hummmmmmmmmmmm! Muitos, porém, precisam transpor uma pedra do caminho. Trata-se do avião. Com medo das alturas, sofrem com mil tragédias encenadas só na cabecinha deles.

As companhias aéreas se esforçam pra atenuar o sofrimento. Oferecem sorrisos e votos de boas-vindas. Balinhas adoçam o decolar. Depois vem o lanche. Revistas charmosas ficam ao alcance da mão. Matérias leves e variadas ajudam o tempo a passar. A TAM nas nuvens é uma delas. A de agosto traz Jayme Monjardim na capa. Ao ler certos textos, passageiros param assustados. A razão? Acidentes. A aeronave não bate em outra. Bate na língua. Vamos aos mortos e feridos?

Concordância

“Para esta edição”, escreve o presidente Líbano Barroso, “foram ouvidas 18,8 milhões de pessoas entre julho de 2010 e maio de 2011.” Ui! A concordância geme. Milhão é masculino. Tratá-lo como feminino pega mal como estacionar em vaga de deficientes. Melhor respeitar o gênero: Para esta edição, foram ouvidos 18,8 milhões de pessoas.   Artigo

Na apresentação do filhão da Maysa, Jaime Monjardim, lê-se: “Ainda criança, morou na Espanha e em Marrocos”. Nada feito. O país africano se usa com artigo (o Marrocos, moro no Marrocos, chegou do Marrocos). Privá-lo da companhia rouba o colorido da bela nação. Vamos lhe devolver as cores? Assim: Ainda criança, morou na Espanha e no Marrocos.   Estrutura

A gastronomia está em alta. Chefs brilham em Europa, França e Bahia. Os irmãos Sergio e Javier Torres têm restaurantes premiados em Barcelona e São Paulo. “Até o prato chegar à mesa, ele passa por vários testes”, diz um deles. A gordura estragou o sabor da frase. Por quê? O sujeito das duas orações é o mesmo — prato. Se o pusermos na segunda oração, o ele cai fora. Veja: Até chegar à mesa, o prato passa por vários testes. Legal, não?   Grafia

“Volto de viagem inspirado pelo modo de viver dos acreanos”, diz Rodrigo Hüber Mendes. Ele foi ao Acre, descobriu que abraçar é rotina no dia a dia do povo e bateu no gentílico local. Quem nasce no Acre é acriano, com i.   Redundâncias

Pobre Talita Simões! Dona de bar, ela prepara drinques como ninguém. Venceu, por isso, o Torneio Brasileiro de Bartenders e representou o Brasil na finalíssima, na Índia. A matéria não fez jus à carreira da moça. Brindou-a com duas redundâncias. Uma: “Talita cria novos coquetéis”. (Se cria, só podem ser novos.) A outra: “A experiência trouxe à campeã a bagagem de que precisava para criar seu próprio bar”. Seu próprio? O seu sobra. Basta criar o próprio negócio.   Mais

Bruna Lombardi e Carlos Alberto Riccelli estão no Brasil. Vão lançar o terceiro filme do casal, Onde está a felicidade? Ao falar sobre a vida nômade da dupla, o texto diz: “O casal mantém a mesma casa em São Paulo há 30 anos”. Ops! Manter só pode ser a mesma. Se não for, o verbo é outro. Que tal mudar? Ou variar?   Não só

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Dad Squarisi

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