Professores estão em pé de guerra. A revolta não tem a ver com salário, gratificação ou plano de carreira. Tem a ver com a língua. O Sinpro encaminhou correspondência aos mestres aposentados a fim de convocá-los para uma reunião na terça-feira. Ao ler o texto, ops! Foi um deus-nos-acuda. Vírgulas perambulam perdidas entre palavras. Maiúsculas desconhecem a razão do privilégio. Pronomes dizem uma coisa quando querem dizer outra. Orações atropelam períodos e matam idéias.
Acontece, então, o que Mário Quintana mais temia: “O autor pensa uma coisa, escreve outra, o leitor entende outra e a coisa propriamente dita desconfia que não foi dita”. Não só. O golpe de misericórdia estava reservado para o fim. “Compareção”, convoca o Sindicato dos Professores no Distrito Federal. Você vai? Eles vão. Os brindados pela pérola querem aproveitar a assembléia pra fazer uma revisãozinha de português. Primeira aula: conjugação dos verbos regulares.
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