Quando me dirijo a uma pessoa, recorro a duas formas:
— Quero falar contigo.
— Quero falar com você.
Se me dirijo a mais de uma pessoa, a segunda forma não oferece problema. O plural de você é vocês. Mas, com contigo, a porca torce o rabo. Como me safo?
Contigo pertence à segunda pessoa do discurso. Lembra-se das criaturas que participam do diálogo? A primeira fala ou escreve (eu, nós). A segunda escuta ou lê (tu, vós). A terceira fica na dela — é o assunto (ele, ela).
Assim fica fácil, não? O plural de tu é vós; de contigo é convosco:
— Quero falar convosco.
Convenhamos. Soa rebuscado que só. Daí por que o povo sabido prefere bater à porta da naturalidade:
— Quero falar com você.
— Quero falar com vocês.
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