“Ela chega em todos os lugares”, diz a propaganda. E completa: “Na sua casa, na sua mão e em mais de 5.400 municípios”. Reparou no descuido? A caminhada é longa. Pra chegar lá, a preposição a pede passagem. Afinal, a gente chega a algum lugar: Chega a São Paulo. Chega ao Rio. Chega ao trabalho. Chega a todos os lugares — a sua casa, a sua mão e a mais de 5.400 municípios.
Ops!
Chega a sua casa? Chega à sua casa? Com crase ou sem crase? Faça a sua aposta: a. com crase b. sem crase
Escolheu a? Acertou. Preferiu b? Acertou. Antes de pronome possessivo, o artigo é facultativo. Podemos dizer seu chefe ou o seu chefe. Ora, o acentinho indica o casamento de dois aa — o artigo e a preposição. Sem o artigo, o agudo não tem vez. Com o artigo, ganha banda de música e tapete vermelho. No caso, é acertar ou acertar: Dirigiu-se à minha cidade. Dirigiu-se a minha cidade. Chegou à sua escola. Chegou a sua escola. O cão é fiel à sua dona. O cão é fiel a sua dona.
Nem sempre
Há exceção? Claro que sim. A exceção confirma a regra. Existem casos em que o artigo se impõe. É quando o pronome aparece sozinho, sem o substantivo. Compare: Foi à (a) minha cidade, não à sua.
Na dúvida, banquemos o São Tomé. Vamos ao troca-troca — substituir o nome feminino pelo masculino (não precisa ser sinônimo). Se aparecer ao, sinal de artigo (à). Se a, sinal de preposição pura (a): Foi a (ao) meu país, não ao seu.
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