O post “Vaccarezza pisou a língua e caiu na rede” (18.5), levantou duas questões de leitores. Uma: a mistura de pronome é erro? A outra: por que o emprego do possessivo está errado? Vamos às respostas. Comecemos pelo começo — a história que levou o ex-líder do PT na Câmara às manchetes.
O torpedo
Os membros da CPI do Cachoeira discutiam. De um lado, os que defendiam a convocação dos governadores para depor. De outro, os que protegiam o goiano Marconi Perillo, o brasiliense Agnelo Queiroz e o fluminense Sérgio Cabral.
Como quem não quer nada, Cândido Vacarezza saiu de fininho. Pegou o celular e mandou brasa. Ou melhor: mandou um torpedo. A equipe de reportagem do SBT, de olho nele, fotografou o texto. Não deu outra — a mensagem caiu na rede. Ei-la:
A relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu.
Ops! O ex-líder do PT mostrou duas características. Uma: a amizade com Cabral, suspeito de relações perigosas com Carlinhos Cachoeira. A outra: a inimizade com a língua portuguesa. Nos 140 caracteres, misturou tratamentos. Você e tu circulam com desenvoltura como as águas que caem da cachoeira. Não só. Ele pisa a concordância sem pena. Deu azar. Sua Excelência mostraria boas relações com a língua se tivesse escrito:
1. A relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é nosso e nós somos seus.
2. A relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não te preocupes, tu és nosso e nós somos teus.
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