O crack criou asas e voou. Saiu das cracolândias e se espalhou cidades afora. Não satisfeito, chegou ao campo. O Brasil urbano e o Brasil rural afundam no mar de pedras e fumaça. Poucos escapam. Adultos, adolescentes e crianças mergulham sem esperança de volta. A extensão dos dependentes é tal que muitos a chamam de pandemia. “O que é isso?”, perguntam leitores curiosos.
A palavra vem de família pra lá de conhecida. Panaceia, pandemônio, panorama, panteísmo, panteão são alguns de seus membros. Todos têm um denominador comum. É pan. Gregas, as três letrinhas têm senhora amplitude. Querem dizer tudo, todos. Panaceia é remédio pra todos os males. Panorama, visão total. Pandemônio, confusão generalizada. Panteísmo, a manifestação de Deus em tudo e todos. Panteão, templo consagrado a todos os deuses. Pandemia, doença epidêmica, amplamente difundida. Bobeira
Você diz panorama geral? Bobeia. Todo panorama é geral. O adjetivo sobra. Xô! Panorama, majestoso, dá o recado. Dispensa vassalos.
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