A leitura de jornal só traz vantagens. De um lado, informa, analisa e apresenta diferentes pontos de vista. De outro, permite que avaliemos os conhecimentos de língua. Manchetes, chamadas e matérias provocam. De repente, não mais que de repente, uma passagem levanta questionamentos. É isso mesmo?”, perguntamos. Pintam, então, dúvidas que exigem solução.
Foi o caso da manchete do Correio Braziliense de ontem: “Homem em fúria leva pânico a escola do DF”. Leitores entupiram e-mails e congestionaram as linhas telefônicas. A questão: falta crase? A resposta: não. O porquê: não ocorre casamento de dois aa. Solteirinho da silva, o “a” é preposição pura.
Como saber?
Existe um truque pra lá de efetivo. Trata-se do troca-troca. Conhece? Basta substituir a palavra feminina por uma masculina (não precisa ser sinônima, mas precisa ter o mesmo número — singular ou plural). Se na mudança der a ou o, o acentinho não tem vez. Se der ao ou aos, o grampinho tem lugar cativo. Vamos à frase que deu nó nos miolos de goianos e baianos:
Homem em fúria leva pânico a escola do DF.
Vem, machinho:
Homem em fúria leva pânico a colégio do DF.
Viu? O truque deu a resposta. Sem ao, nada de crase.
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