Ufa! Depois de 9 anos, Gil Rugai vai a julgamento. Ele é acusado de matar o pai e a madrasta. Há poucas provas contra ele. Uma delas: a marca do pé na porta da biblioteca aberta com um chute. “Não existe na porta dois ou três tipos de pés”, disse o advogado de acusação ao falar no assunto. Estava diante de câmeras de tevês de Europa, França e Bahia.
Ops! Pegou mal. O profissional pisou a concordância. Caiu na velha esparrela dos que confundem haver com existir. O dissílabo é impessoal. No sentido de existir e ocorrer, só se conjuga na 3ª pessoa do singular. Assim: Não há na porta dois ou três tipos de pés. Houve distúrbios durante o depoimento de Gil Rugai. Há poucas testemunhas no caso.
Existir joga em outro time. O verbo não tem parentesco nem distante com haver. Se um é impessoal, o outro não tem nada com o capricho. Laborioso, o trissílabo, em qualquer acepção, se conjuga em todas as pessoas, tempos e modos: Não existem na porta dois ou três tipos de pés. Existiram distúrbios durante o depoimento de Gil Rugai. Existem poucas testemunhas no caso.
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