Os pronomes relativos pegam a moçada pelo pé. Campeões de erros, roubam pontos a granel. O problema é o troca-troca. Estudantes, jornalistas, advogados, executivos, chutam com gosto. O onde toma o lugar do em que, quando, aonde e que. Ufa! É o fominha da oração. Mas existem outros famintos. Um deles: que. Ao menor descuido, á está ele no papel de outro. O cujo é freguês. Que x cujo O cujo é pra lá de especial. Pra figurar na frase, impõe uma condição – indicar posse. Fora isso, é bom bater em outra freguesia. Examine a caminhada do danadinho: · A mulher mora em Brasília. O filho da mulher morreu no acidente. Que tal juntar as duas orações? O pronome relativo se presta ao papel. Ele substitui o termo repetido. Qual é ele? Mulher. Da mulher exprime posse. (Filho de quem?) Dela. O cujo pede passagem: · A mulher cujo filho morreu no acidente mora em Brasília. Veja esta: · Paulo Coelho, que os livros fazem sucesso nos cinco continentes, pertence à Academia Brasileira de Letras. Cruz-credo! Alguma coisa está mal. O quê? Vamos ao desmembramento do período: · Paulo Coelho pertence à Academia Brasileira de Letras. Os livros de Paulo Coelho fazem sucesso nos cinco continentes. Há um usurpador no pedaço. Que roubou o lugar de cujo. Afinal, de Paulo Coelho fala de posse: · Paulo coelho, cujos livros fazem sucesso nos cinco continentes, pertence à Academia Brasileira de Letras. Mais esta: · Brasília, que o trânsito é o mais civilizado do país, tem, proporcionalmente, a maior frota de carros do Brasil. Alguma coisa cheira mal. O que será? O desmembramento dirá: · Brasília tem, proporcionalmente, a maior frota de carros do Brasil. O trânsito de Brasília é o mais civilizado do Brasil. Eureca! De Brasília indica posse. Abram alas, que o cujo quer passar: · Brasília, cujo trânsito é o mais civilizado do país, tem, proporcionalmente, a maior frota de carros do Brasil.
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