Dad Squarisi // dadsquarisi.df@dabr.com.br
A Itália proclamou a República em 1946. Estava esfacelada pela guerra. Nos 64 anos do novo regime, teve 62 gabinetes. Alguns duraram menos de um mês. Outros um pouco mais. Ou bem mais. Nenhum ultrapassou três anos. Houve um período em que o país ficou seis meses sem governo.
Apesar da instabilidade política, a Itália cresceu. Chegou a ser a quinta economia do mundo. “Qual o segredo?”, perguntaram certa vez a Bettino Cracci. O então primeiro-ministro não titubeou: “Cinquenta anos de democracia ininterrupta”.
O Brasil não é a Itália. Mas a prescrição vale pra nós. Pra chegarmos lá, precisamos de anos de exercício. Tivemos longa restrição democrática (de 1930 pra cá, foram duas ditaduras). Sofremos o aprendizado da transição. As eleições livres e democráticas — de verdade — só vieram em 1989. Inexperientes, embarcamos na canoa do Collor. Deu no que deu.
Agora, duas décadas depois, as urnas revelaram que percorremos longo caminho. O clima de normalidade em que transcorreu o pleito mostrou que eleição virou rotina como festa de Natal ou de aniversário. Muitos interpretaram a ausência de tumultos como sinal de apatia. Queriam o incêndio das paixões. Não levaram. No dia 3, a maioria manifestou-se. E deu seu recado.
Negou carta branca aos presidenciáveis. Disse não à farsa em que se transformou a campanha eleitoral. Marionetes em mãos de marqueteiros, Dilma e Serra se tornaram personagens de ficção. Sombra de si mesmos, não convencem. Marina Silva, simples, cara lavada, sem discurso pasteurizado, sobressaiu. Os quase 20 milhões de votos que recebeu não significam que, de repente, o eleitor se tornou mais sensível aos temas ambientais. O eleitor homenageou uma campanha digna, sincera, sem maquiagem.
O amadurecimento da nossa democracia permitiu a eleição de Tiririca e a candidatura de Weslian Roriz. Ele recebeu 1,3 milhão de votos no estado mais desenvolvido do país. Na Câmara, conviverá com 512 deputados. Se merecer, será reeleito. Ela substituiu o marido na disputa ao governo do Distrito Federal. Se corresponder às expectativas dos brasilienses, ocupará o Palácio do Buriti. A democracia continuará muito bem, obrigada.
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