“Sarney passou a usar bigode assim que as primeiras penugens surgiram-lhe sob o nariz”, escreveu a CartaCapital (pág. 8). Leitores se encucaram. Não com o bigode, mas com a colocação do pronome lhe. A questão: a próclise, no caso é obrigatória? Faça a sua aposta:
a. sim
b. não
Escolheu a letra a? Acertou.
Os pronomes me, te, se, lhe, o, a, nos, vos chamam-se átonos porque são fraquinhos, fraquinhos. Sem força, precisam de muleta pra se apoiar. Uma delas é o quê. Com ele não dá outra. É atração certa: Falou das penas que lhe são impostas. Disse que lhe daria o livro. Sarney passou a usar bigode assim que lhe surgiram as primeiras penugens.
A atração é tão forte que funciona de longe. Subterfúgios não adiantam. Se um termo se intrometer entre o quê e o pronome, o poder permanece: Disse que você lhe daria o livro. Falou das penalidades que, por força da lei, lhe serão impostas. Sarney passou a usar bigode assim que as primeiras penugens lhe surgiram sob o nariz.
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