A regência do verbo suceder dá nó nos miolos de falantes e escritores. Temer sucedeu Dilma? Sucedeu a Dilma? As duas formas aparecem a torto e a direito. Mas a norma culta tem preferência. Morre de amores pela preposição a. Na acepção de substituir, vir depois, o objeto indireto é pra lá de bem-vindo. Assim: Temer sucedeu a Dilma. A noite sucede ao dia. Ninguém sabe se conseguirá lhe suceder.
Senhor se
Olho vivo! Suceder pode ser pronominal. Vira, então, suceder-se. Significa vir ou acontecer depois. Eis exemplos: Na fazenda, os dias e as noites sucediam-se com irritante monotonia. Governantes se sucedem a governantes. Grifes se sucederam na passarela da moda, com criatividade, talento e ousadia.
Nem pensar
Na acepção de ocorrer, todo cuidado é pouco. Suceder, aí, tem alergia ao se. Pra evitar vermelhões e brotoejas, manda o monossílabo bater à porta de outra freguesia: O horror está sucedendo (não: se sucedendo) na Síria. O que sucedeu nas conversações do ministro com o presidente? O que sucederá nos quatro anos do governo Trump? Só a bola de cristal pode responder.
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