Ligue a tevê ou o rádio. Se preferir, abra jornais ou revistas. Vale também dar uma navegadinha na internet. Falados ou escritos, os enunciados têm um denominador comum. Apelam, pra fugir da repetição de palavras, a vocábulos inadequados. Pensam trocar seis por meia dúvida. Mas se enganam. Uma das vítimas: o verbo possuir.
A propósito, escreve Fernando Limeira, de São Paulo: “De uns tempos pra cá, tenho notado, na mídia escrita e falada, uma moda nova que me parece exagerada. Na tentativa de `falar difícil´, locutores utilizam o verbo possuir como sinônimo perfeito de ter. Ele aparece em frases assim: Este café não possui cafeína. A imaginação não possui limites. “Sempre aberta, a porta de entrada não possui chave. Não lhe parece abusivo?
Mesmo time
Fernando, como diz nosso amigo Horta Manzano, “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Possuir joga no time de posse e poder. O trio, intimamente relacionado, parece unha e carne.
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