Repórteres levaram baita susto. Precisaram escrever expressão pra lá de conhecida. Ao fazê-lo, receberam puxão de orelha do editor. O responsável pela revista criticou a desatualização da moçada. Pra se penitenciar, eles não tiveram saída. Consultaram o dicionário. Surpresa! O pai de todos nós grafou “calcanhar de aquiles”. Assim, sem hífen e letras minúsculas.
É isso. A reforma ortográfica cassou o tracinho das composições de três ou mais palavras ligadas por preposição, conjunção, pronome. É o caso de pé de moleque, tomara que caia, mula sem cabeça, bicho de sete cabeças, dor de cotovelo. É o caso, também, de calcanhar de aquiles.
A minúscula não tem relação com a reforma. Nome próprio que vira comum perde o pedigree. Vira-lata, escreve-se com a inicial minúscula: castanha-do-pará, castanha-do-brasil, joão-de-barro, joão sem braço, malhação do judas, banho-maria, maria, vai com as outras, louva-deus, deus-dará.
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