“Votar não tem mistério. Você digita o número. Apareceu o nome do seu candidato? Confirma.” O texto faz parte da campanha do Tribunal Superior Eleitoral. O objetivo: ensinar o brasileiro a votar. A mensagem acerta no propósito. Mas tropeça na língua ao mistura os pronomes. Começa com você (você digita o número). Termina com tu (confirma tu).
A formação do imperativo é nó nos miolos. O afirmativo recorre a dois tempos. O tu e o vós saem do presente do indicativo sem o s final. As demais pessoas, do presente do subjuntivo. Assim:
Presente do indicativo: eu confirmo, tu confirmas, ele confirma, nós confirmamos, vós confirmais, eles confirmam
Presente do subjuntivo: (que) eu confirme, tu confirmes, ele confirme, nós confirmemos, vós confirmeis, eles confirmem
Imperativo afirmativo: confirma tu, confirme você, confirmemos nós, confirmai vós, confirmem vocês.
Viu? O texto do TSE tinha duas saídas para tirar nota 10. Uma: Votar não tem mistério. Você digita o número. Apareceu o nome do seu candidato? Confirme. A outra: Votar não tem mistério. Tu digitas o número. Apareceu o nome do teu candidato? Confirma.
É tal história: lé com lé, cré com cré. Cada sapato no seu pé.
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