São João está ansioso. Lá do alto, o primo de Cristo acompanha os preparativos para o arraial. Na noite mais fria do ano, vestidos de chita, chapéus de palha, botas e lenços fazem a festa. A quadrilha promete espetáculos. Canjica, curau, milho-verde, bolo de mandioca, paçoquinha, pé de moleque provocam o apetite simples ou sofisticado. Majestosa, a fogueira aguarda a faísca que levará o fogo até o céu. Enquanto as chamas não vêm, o quentão corre solto.
Satisfeito, o simpático santo dá uma última olhada cá na Terra. Respira aliviado. Finalmente os brasileiros aprenderam a não confundir Germano com gênero humano. São João, o santo, é nome próprio. Escreve-se com as iniciais maiúsculas. Festa de são-joão é nome comum. Grafa-se desse jeitinho — com hífen e letra minúscula. O plural? É são-joões.
Sem falta
O que não pode faltar na festa junina? Muitas coisas. A mais importante: pé de moleque. Olho vivo! A reforma ortográfica cassou o hífen do docinho gostoso. Ele nem ligou. Livre e solto, continua reinando Brasil afora.
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