Com que cara?
A grafia de rolezinho trouxe à tona duas questões. Uma: por que se escreve com z? A outra: por que perdeu o acento? As respostas são velhas como o rascunho da Bíblia, o andar pra frente e as promessas de político. Mas, de tão antigas, parece terem caído no esquecimento. Nem a escola se lembra delas. Pode? Valha-nos, Deus!
A ponte
O sufixo formador de diminutivos é -inho. Pra cumprir o papel que lhe cabe, enfrenta dificuldades. Trata-se do finzinho das palavras:
1. Se o vocábulo acaba com z, o dissílabo nada de braçadas — cola-se à lanterninha do alfabeto: rapaz (rapazinho), nariz (narizinho), matriz (matrizinha).
2. Se tem s no radical, a moleza continua. Ele junta os trapinhos sem dificuldade: casa (casinha), mesa (mesinha), camisa (camisinha), pesquisa (pesquisinha), tênis (tenisinho), simples (simplesinho).
3. Sem uma coisa nem outra, a saída é pedir socorro. Pra se colar ao radical, o -inho precisa de uma ponte. A língua lhe oferece o z — conhecida por consoante de ligação: rolé (rolezinho), pai (paizinho), passeio (passeiozinho), trator (tratorzinho), jovem (jovenzinho), jardim (jardinzinho).
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