A juventude faz parte da paisagem brasileira. Bonita, transada e, sobretudo, conectada, a moçada tem código próprio. Comunica-se pelas redes sociais. Cria ídolos. Bola programas. O mais quente é o rolezinho. Rolezinho? A palavra andava meio esquecida. Mas entrou na moda com força total. A rapaziada combina encontros em shopping centers. São centenas de moços e moças cujo objetivo é se divertir.
Tão surpreendente fenômeno provocou reações. Assustados, lojistas fecharam as portas. A polícia, atônita, partiu pra cima. Resultado: os rolezinhos ganharam manchetes de jornais, rádios e tevês. E, claro, levantaram dúvidas. Uma delas: a pronúncia. A outra: a grafia. O blogue, atento, joga luz no mundo cinzento do sabe lá o quê.
Como é que se diz?
O Vocabulário ortográfico da língua portuguesa (Volp), o Houaiss e o Aurélio registram rolé e rolê. Mas dão significados diferentes à dupla. Com a palavra, o pai de todos nós:
Rolé: usa-se na expressão dar um rolé. Quer dizer fazer um pequeno passeio, dar uma voltinha. No diminutivo, mantém o significado. Mas se refere ao vai e vem dos jovens que se reuniam em praças e, agora, nos templos do consumo.
Rolê: a fechadinha vem do francês roulé. Na língua de Descartes, significa enrolado. Daí o bife rolê. Daí também o rolê do capoeirista — de costas para o adversário, o atleta se desloca pelo chão, agachado, com o apoio de mãos e pés.
Resumo da história: rolezinho joga no time de cafezinho. O e se pronuncia do mesmo jeito — sem tirar nem pôr.
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